Mais de 30% das exportações de soja e milho foram escoadas por portos do Arco Norte de janeiro e agosto

Os portos do Arco Norte do país – Barcarena (PA), Miritituba (PA), Itacoatiara (AM) e Itaqui (MA) – escoaram 35% do volume total de soja em grão exportado pelo país de janeiro a agosto, segundo dados da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) divulgados nesta terça-feira em boletim da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O levantamento apontou que, no caso do milho, o percentual foi de 31%.

Os percentuais registrados são semelhantes aos do porto de Santos (SP), conforme os números da Antaq. Ou seja, ao mesmo tempo em que as rotas pelo Arco Norte continuam a ganhar importância nas exportações de grãos, cai a representatividade dos portos do Centro-Sul. De acordo coma Conab, esse movimento tem sido uma tendência nos últimos anos.

Em 2010, esses portos do Arco Norte responderam por 14,4% das exportações agregadas de soja e milho; em 2019, a participação atingiu 31,9%. A Conab observa que, em números absolutos, os portos do Sul e do Sudeste não perderam muito terreno, uma vez que os volumes de produção e exportação cresceram de forma expressiva na última década.

A estatal lembra que o ganho de participação do Arco Norte nas exportações de grãos está em linha com a melhoria da infraestrutura na região. No ano passado, por exemplo, foi concluída a pavimentação do trecho final da BR 163, que diminuiu o tempo e o custo de fretes até Miruitituba.

É muito importante para as exportações brasileiras a oferta de rotas alternativas que diminuem o tempo gasto nas operações e os custos. As rotas para os portos do Arco Norte são bem mais atraentes para o escoamento da produção dos estados centrais brasileiros, diz, em nota, o superintendente de Logística Operacional da Conab, Thomé Guth.

Apesar do avanço da participação dos portos do Arco Norte, a matriz de transportes do país continua desbalanceada e concentrada no modal rodoviário, mostrou a Conab. Nesse sentido, o governo encaminhou para apreciação do Congresso o programa BR no Mar, que tem por objetivo estimular a cabotagem no país.

Segundo estudo divulgado pela Empresa de Planejamento e Logística (EPL), o uso de sistemas multimodais para o transporte de cargas agrícolas em longas distâncias pode gerar redução de custos de quase 60%, dependendo da rota de escoamento e dos modais utilizados. Existe espaço para a utilização da cabotagem em operações de ‘porta a porta’, complementando a movimentação com o modal rodoviário para menores distâncias. A combinação de modais é importante para a redução de custos de frete. Mas, para isso, é necessário que alguns obstáculos sejam superados, como questões de tripulação nacional, sistema trabalhista e custo de combustíveis, destaca Guth.

Entre os produtos agrícolas, café, arroz e trigo já são transportados no Brasil por cabotagem.

Sobre os preços dos frete, os dados da Conab não são detalhados, mas o estudo indica que devem permanecer estáveis no fim do ano, e até a entrada no mercado da colheita de grãos de verão da safra 2020/21, como sazonalmente acontece. Mas não deverão cair, porque o volume de exportações continua muito forte.

Fonte: https://valor.globo.com/agronegocios/noticia/2020/09/29/mais-de-30percent-das-exportacoes-de-soja-e-milho-foram-escoadas-por-portos-do-arco-norte-de-janeiro-e-agosto.ghtml

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