Estado anuncia reforço estrutural nas obras do metrô da Gávea

Foto: Brenno Carvalho/5-9-2019 / Agência O Globo
Foto: Brenno Carvalho/5-9-2019 / Agência O Globo

Paradas há cinco anos e inundadas, as obras da estação Gávea do Metrô passarão por um reforço estrutural. O anúncio foi feito pelo governo do estado, que deve publicar no próximo mês o edital de licitação da empresa que fará o projeto básico. A Secretaria estadual de Transportes não divulgou prazo de conclusão da intervenção: o órgão informou que após o projeto básico pronto, previsto para meados do ano que vem, haverá a concorrência para a contratação do plano executivo e das obras. O custo estimado é de R$ 70 milhões.

A construção definitiva da estação, que deveria melhorar a mobilidade na Zona Sul, segue sem data por falta de recursos. Já foram gastos R$ 900 milhões nas obras (42% concluídas), que precisavam de mais R$ 900 milhões para serem acabadas. As escavações na Gávea estão, desde o início de 2018, inundadas com 36 milhões de litros de água e são motivo de insegurança no bairro.  Em abril deste ano, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) determinou celeridade na sua conclusão, e cobrou maior detalhamento do Plano de Emergência apresentado pela Secretaria de Transportes para o local.

Presidente da Associação de Moradores da Gávea (Amagávea), Rene Hasenclever teme que, depois do reforço nas estruturas, o estado aterre as escavações, colocando um ponto final no projeto do metrô no bairro.

– Não vamos abrir mão de que o estado termine essa estação da Linha 4.  Existem recursos. Cadê o dinheiro da Lava Jato? – questiona Rene. – O morador da Gávea espera o metrô há 20 anos. A gente teme que o estado retire a água e aterre. Aí, o que foi gasto até agora vai para o lixo.

Em setembro do ano passado, o governador Wilson Witzel, agora afastado, chegou a dizer que aterraria a estação após a estatal Rio Trilhos constatar que, mesmo inundadas, as estruturas ameaçavam ruir, colocando em risco moradores e prédios vizinhos, incluindo a PUC-Rio. Na época, a própria universidade apontou num relatório a possibilidade de um afundamento da superfície no local.

O argumento de Witzel era de que, só para estabilizar a estrutura e evitar perigo ao entorno, deveriam ser gastos R$ 300 milhões. Com as críticas à medida, o político voltou atrás e prometeu que retomaria a construção com dinheiro da Lava-Jato. Com o afastamento de Witzel pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), a  associação aguarda uma reunião com o governo de Cláudio Castro para discutir o assunto. Procurada, a PUC-Rio informou que o vice-reitor de Desenvolvimento, professor Sergio Bruni, vai se reunir na próxima terça-feira com o secretário estadual de Transportes, Delmo Pinho, para entender o projeto.

O presidente da Associação de Moradores diz que a obra é fundamental para desafogar o trânsito da região:

– A PUC recebe 20 mil pessoas por dia, e há 25 escolas no bairro. Não cabem mais carros na Gávea.

Projetada para receber diariamente 19 mil passageiros, a estação Gávea da Linha 4 do metrô (Ipanema-Barra) começou a ser construída em 2013, quando iniciou-se a escavação de dois poços e túneis, próximos à PUC-Rio, que abrigariam as plataformas e os níveis subterrâneos que dariam acesso a elas. Em janeiro de 2015, o governo do estado admitiu que a estação não ficaria pronta a tempo da Olimpíada de 2016. Um mês depois, a obra parou. Agora, o estado também anuncia mudanças no projeto original, para reduzir custos. inicialmente, seriam instalados 12 lances de escadas rolantes para acesso entre a rua e a plataforma de embarque e desembarque de passageiros. Elas serão substituídas por elevadores de alta capacidade, segundo a Secretaria estadual de Transportes.

Fonte: https://oglobo.globo.com/rio/estado-anuncia-reforco-estrutural-nas-obras-do-metro-da-gavea-24707443

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