Projetos de carga avançam

Com modelagens factíveis, os que estão no papel geram boas expectativas no setor

É no segmento de carga que residem as melhores expectativas em termos de obras ferroviárias no Brasil. Isso é o que mostra o levantamento feito anualmente pela Revista Ferroviária. Embora três ferrovias de carga estejam em avanço físico atualmente (Fiol II entre Caetité e Barreiras; Norte-Sul e Transnordestina), são os projetos no papel que geram mais otimismo no setor, por apresentarem modelagens factíveis. Estão nesse grupo a Fico, entre Mara Rosa (GO) e Água Boa (MT), o trecho entre Cariacica e Anchieta, da EF-118, e a segregação de linhas na Grande São Paulo. São projetos que deverão ser construídos por meio do mecanismo de investimento cruzado, que permite usar a outorga da renovação dos contratos para a construção de novas ferrovias pela iniciativa privada.

Para além do investimento cruzado, outros projetos avançam. É o caso da Nova Ferroeste, que prevê levar os trilhos até Maracaju (MS), além de remodelar o traçado entre Guarapuava e Cascavel e construir um novo trecho de Guarapuava a Porto de Paranaguá. Qualificado em junho no Programa de Parcerias de Investimentos do governo federal, o projeto está em fase de elaboração do EVTEA. A Ferrogrão também está em outro patamar. Seu projeto encontra-se na mesa do TCU, mas o governo federal ainda tem o desafio de atrair investidores privados para a obra greenfield, com custo estimado de R$ 8,4 bilhões.

No segmento de passageiros, coronavírus, crise fiscal dos estados e problemas judiciais têm sido entraves para avanços. As obras do monotrilho da Linha 17-Ouro estão praticamente paradas devido a ações na Justiça impetradas por empresas que questionam resultados de licitações. Já o prazo de inauguração da estação Vila Sônia, da Linha 4-Amarela do Metrô de SP, parece ter sofrido atraso em função da dificuldade com fornecedores do exterior afetados pela pandemia – agora a previsão é início de 2021.

Seguindo fluxo contrário, a Linha 6-Laranja do Metrô de SP avançou nos últimos meses. Uma nova concessionária, a espanhola Acciona, assumiu as obras que estavam paradas desde 2016. Em Salvador, as obras de extensão do tramo 3 (Campinas e Águas Claras/Cajazeiras) estão em andamento. Por outro lado, o monotrilho da capital baiana enfrenta atrasos na emissão do alvará pela prefeitura, para início das obras pelo consórcio chinês SkyRail. Veja abaixo o levantamento completo:

Carga

Projetos em andamento

Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol)

PROJETO: O projeto original da Fiol prevê ligar o Porto de Ilhéus (BA) à cidade de Figueirópolis (TO), onde se conectará à Ferrovia Norte-Sul. Recentemente, o ministério da Infraestrutura e a Valec afirmaram que o traçado da Fiol III (Barreiras-BA e Figueirópolis) poderá ser revisto. Uma das alternativas é fazer uma conexão direta entre a Fiol e a Fico, em Mara Rosa (GO).

SITUAÇÃO ATUAL: A Fiol I, entre Ilhéus e Caetité, na Bahia, de 537 km, está com 85% de obras concluídas. O processo de concessão encontra-se em análise no TCU. A previsão do Ministério da Infraestrutura é que a licitação do trecho seja realizada ainda em 2020. As obras no trecho I estão paradas e serão concluídas pelo futuro operador. Estão em andamento as obras da Fiol II, de Caetité a Barreiras, na Bahia, de 485 km. O trecho é subdividido em três lotes e o avanço físico referente a julho de 2020 é o seguinte: Lote 05F – 47,6%; Lote 06F – 13,71%; Lote 07F – 50,2%. O total de avanço físico no trecho II é de 42,93%. A ideia do governo é transferir a operação da Fiol II a um concessionário. Para isso, o avanço, segundo a Valec, deve ser suficiente para viabilizar a licitação (o que não significa que precisa estar 100% concluída – a finalização das obras deverá ser repassada ao operador). Sobre o trecho III da Fiol, a Valec informou que o traçado está em revisão e que a licença de instalação foi solicitada ao Ibama em março de 2015.

EXTENSÃO DO PROJETO: 1.527 km (Fiol I, II e III)

BITOLA: Larga (1.600 mm)

PRAZO DE CONCLUSÃO: Fiol II (expectativa para concessão no final de 2022)

CUSTO: R$ 8,9 bilhões (previstos para Fiol I e II)

INVESTIDOR: Governo federal

ENVOLVE PARCERIA PÚBLICO-PRIVADA? Não

CONSTRUTORAS ENVOLVIDAS: Lote 5: Consórcio Fiol; Lote 6: Consórcio Ferrovia de Integração; Lote 7: Consórcio Oeste Leste Barreiras.

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