Diário do Transporte – Sindicatos e associações de trabalhadores e de empresários querem que governos dos estados e o Federal deem um posicionamento sobre a vacinação contra a covid-19 para os funcionários em transportes.
Como mostrou o Diário do Transporte, no início da noite desta segunda-feira, 18 de janeiro de 2021, o Minfra (Ministério da Infraestrutura) divulgou nota informando que os profissionais de transportes de cargas e de passageiros (terrestre, aéreo ou aquático) serão incluídos como prioridades na imunização.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
Em entrevista ao Diário do Transporte, o diretor do Sindicato dos Metroviários de São Paulo, Sérgio Renato da Silva Magalhães, disse que a entidade enviou um ofício ao governo do Estado de São Paulo cobrando uma reunião com a secretaria estadual da Saúde e uma previsão da gestão João Doria diante da nota do Minfra.
O sindicalista diz que o pedido não engloba apenas os metroviários, mas os ferroviários da CPTM (Companhia Paulista de Trens Metropolitanos) e profissionais em ônibus, caminhões e táxis/aplicativos.
Toda a cadeia de transportes precisa ser imunizada, isso porque o transporte pode ser um vetor da disseminação da doença. O profissional de transporte é contaminado, mas também pode passar o vírus adiante, mesmo com todos os cuidados.
Também diretora do Sindicato dos Metroviários, Camila Lisboa, disse que hoje em torno de 20% dos funcionários do Metrô de São Paulo, aproximadamente 250 trabalhadores, estão afastados por fatores relacionados à covid-19.
Não são apenas trabalhadores que se infectaram, mas quem está no grupo de risco e atua em áreas como operação e manutenção. Hoje o Metrô de São Paulo tem 8123 funcionários próprios e cerca de 15 mil terceirizados
O presidente do Sindmotoristas, José Valdevan de Jesus Santos, o Valdevan Noventa, que representa os trabalhadores do sistema de ônibus urbanos da capital paulista, disse também ao Diário do Transporte que a entidade vai cobrar do governo a definição do cronograma. Noventa, que também é deputado federal por Sergipe, afirmou que antes do comunicado do Minfra já havia pedido ao Governo Federal a priorização aos trabalhadores de transportes.
O trabalhador em transporte, de uma maneira geral, fica muito exposto à circulação do vírus e por mais que tome os cuidados necessários corre risco. A vacinação é essencial para os transportes em todo o País porque protegerá o profissional e o passageiro também. Assim, fizemos e continuaremos fazendo o máximo para que os trabalhadores sejam atendidos – afirmou.
Já o presidente da Fetpesp, federação que reúne as companhias de ônibus no Estado de São Paulo, Mauro Artur Herszkowicz, disse ao Diário do Transporte que o setor patronal de transportes de passageiros também viu com entusiasmo o anúncio pelo Ministério da Infraestrutura e que a entidade espera que o Ministério da Saúde informe datas.
Recebemos com muita alegria esse anúncio do ministro Tarcísio de Freitas (Infraestrutura) porque nossos trabalhadores precisam desta proteção e desempenham um serviço essencial. Já havíamos mandado ofícios às autoridades para a inclusão destes profissionais como prioridade na vacinação e agora aguardamos ser informados das datas pelo Ministério da Saúde. É ainda recente o anúncio, mas devemos agora mandar novos ofícios para sabermos de previsões quanto aos cronogramas – disse
O presidente do Setpesp – Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado de São Paulo, que reúne as companhias que fazem as linhas rodoviárias intermunicipais e suburbanas, Gentil Zanovello, disse ao Diário do Transporte, que os cronogramas serão fundamentais para as empresas e trabalhadores se organizarem.
A notícia é excelente, mesmo que proporcionalmente, em relação à média da população, o índice de contaminação entre os motoristas é menor, a vacinação fará com que estes profissionais trabalhem com mais segurança. Agora, precisamos ser informados sobre os cronogramas e datas para nosso planejamento com os trabalhadores para que toda a logística seja o mais eficiente possível – disse.
A ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos), que representa as empresas que operam trens e metrôs, informou que para se vacinar, os trabalhadores precisarão comprovar, por meio de documentação, que possuem vínculo ou fazem parte desses grupos prioritários
A entidade também aguada do Ministério da Saúde informações sobre a logística e data para início da vacinação.
A ANPTrilhos se orgulha desta atuação, pois os operadores metroferroviário, mesmo diante da enorme crise causada pelo novo coronavírus, continuaram prestando um serviço essencial para aqueles não puderam ficar em casa destacou, em nota, a diretora executiva da ANPTrilhos, Roberta Marchesi.
Em nota ao Diário do Transporte, a ABRATI (Associação das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros), que representa as companhias de ônibus que fazem linhas interestaduais e internacionais informou que vê a notícia como um avanço e como uma demonstração de respeito ao trabalho do profissional do transporte, em especial, do transporte interestadual de passageiros, que cumpre uma missão com um serviço público e essencial.
Na visão da conselheira da ABRATI, Letícia Pineschi, ainda no comunicado, justamente num momento extremo como este da pandemia, fica mais evidente a importância do transporte interestadual regular, que é fiscalizado pela ANTT em terminais rodoviários de todo o país. Com as empresas regulares, esses motoristas e outros profissionais estão sempre protegidos e, agora, estarão ainda mais, comemorou Letícia.
SEST E SENAT PODEM VIRAR POSTOS DE VACINAÇÃO:
Ao Transporta Brasil, a CNT (Confederação Nacional do Transporte) diz que se mobilizou para que os profissionais fossem considerados prioridade na vacinação e que agora aguarda a definição do cronograma de vacinação desse público pelo Ministério da Saúde.
Por serem considerados essenciais para o desenvolvimento do Brasil, o Ministério da Saúde atendeu a reinvindicação da CNT. Esse é um reconhecimento da importância do trabalho que vem sendo desempenhado pelo setor, essencial para a manutenção das atividades de todo o país, afirmou em nota o presidente da CNT, Vander Costa.
A entidade informou ainda que colocou à disposição do governo federal as 157 unidades operacionais do Sest/Senat (Serviço Social do Transporte/Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte) como pontos de vacinação.
Sindicato da Sorocabana solicita inclusão dos ferroviários no grupo prioritário
O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias da Zona Sorocabana solicitou a inclusão dos ferroviários no grupo prioritário para a vacinação contra a Covid-19 no Estado de São Paulo, em documento enviado ao governador, João Doria, e aos secretários da Saúde, Jean Gorinchteyn, e de Transportes, Alexandre Baldy, além do diretor presidente da CPTM, Pedro Tegon Moro.
De acordo com a ofício, o pedido é feito diante de diversos fatos que comprovam a importância de os ferroviários serem vacinados com prioridade. Um desses pontos é o fato de trabalharem em um serviço essencial, ou seja, o transporte de passageiros não parou nenhum dia, conduzindo, inclusive, a maioria dos profissionais da saúde até seus locais de trabalho.
Além disso, em sua maioria, os ferroviários, mesmo tomando todos os cuidados, estão seriamente expostos à contaminação, diariamente, durante o exercício de suas atividades e eventual contaminação em massa comprometeria seriamente o transporte de passageiros.
Outro fator que embasa a solicitação da categoria é o Informe Técnico divulgado pelo do Ministério da Infraestrutura em 18 de janeiro, o qual instrui que os ferroviários são parte do grupo de prioridade para receber a vacina. O sindicato aguarda a manifestação do Governo do Estado de São Paulo, em benefício dos trabalhadores que atuam tanto nas estações, quanto na condução de trens, na manutenção, na segurança e na administração do sistema.
Seja o primeiro a comentar