Parada há seis anos, obra bilionária é alvo de furtos em VG

Os vagões estão enferrujando, no canteiro de obras do VLT, em Várzea Grande (Foto Divulgação)

Diário de Cuiabá – Parada há seis anos, a obra do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), que já custou aos cofres públicos mais de R$ 1 bilhão, tem sido alvo de vândalos e furtos.

Na quarta-feira (31), a Polícia Militar informou a prisão de três homens suspeitos de furtar cabos e fios da estrutura do Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande, no Bairro Aeroporto, em Várzea Grande.

Segundo a PM, o carro utilizado para a prática do crime foi apreendido na ação policial.

Os policiais foram acionados via 190 para verificar um furto na região da estrutura do VLT.

As informações repassadas aos policiais davam contam que os suspeitos estariam retirando a fiação de cobre e transportando o material em um veículo Gol.

De imediato, os policiais fizeram diligências e localizaram o carro nas imediações do local apontado, constatando o dano ocasionado na fiação e nos cabos do modal.

Os três suspeitos tentaram resistir a prisão e chegaram a ameaçar a equipe da PM.

Eles receberam voz de prisão e foram conduzidos à delegacia de polícia.

A ocorrência foi entregue à Polícia Judiciária Civil.

O cenário de abandono da estrutura se estende por cerca de cinco quilômetros de trilhos, que vão desde a área de onde seria o centro de controle, próximo ao Aeroporto Marechal Rondon, até a região da Ponte Nova, nas imediações do trevo de acesso do Bairro Cristo Rei, em Várzea Grande.

O projeto do VLT já consumiu cerca de R$ 1,06 bilhão passou e por três governos, desde 2012.

O valor total da obra, inicialmente, era de R$ 1,4 bilhão, mas mais da metade desse valor já foi gasto e cerca de 50% da obra foram executados.

POLÊMICA – No fim do ano passado, o governador Mauro Mendes (DEM) anunciou a substituição do VLT pelo sistema de ônibus rápido, o chamado BRT.

Segundo ele, a decisão em pedir a substituição do modal levou em conta estudos técnicos elaborados pelo próprio Governo e pelo Grupo Técnico, criado na Secretaria Nacional de Mobilidade Urbana.

Os estudos apontaram que a continuidade das obras do VLT era “insustentável”, demoraria até seis anos para conclusão, custosa aos cofres públicos, com pouca vantagem à população e ainda contaria com uma tarifa muito alta.

Entre outras vantagens, o Estado aponta que, com o BRT, a estimativa é que a implantação ocorra em até 22 meses, a partir da assinatura da ordem de serviço para início das obras.

O custo de implantação também é consideravelmente menor.

Enquanto o VLT consumiria mais R$ 763 milhões, além do R$ 1,08 bilhão já pago, o BRT está orçado em R$ 430 milhões, já com a aquisição de 54 ônibus elétricos.

O Governo de Mato Grosso também vai ajuizar uma ação contra o Consórcio, para que as empresas que o integram paguem R$ 676 milhões pelos danos causados.

VIGILÂNCIA – O Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande informou que destacou profissionais para averiguarem os danos causados pela ação de infratores nas dependências de estação localizada em frente ao Aeroporto Internacional Marechal Rondon, conforme ocorrência policial registrada.

Observa ainda que mantém equipe de vigilância contratada, 24 horas, para a guarda dos vagões e equipamentos do VLT acondicionados no Centro de Manutenções e Controle Operacional (CMCO), na cidade.

“Importante registrar que o monitoramento de segurança das estruturas implantadas ao longo do traçado do VLT, portanto, em locais públicos, compete ao poder público”, disse, em nota.

Fonte: http://www.diariodecuiaba.com.br/cidades/parada-ha-seis-anos-obra-bilionaria-e-alvo-de-furtos-em-vg/571701

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