O Globo – O governador Claudio Castro (PL) afirmou que as obras do Metrô da Gávea, na Zona Sul da cidade, serão incluídas no pacote de obras do Pacto RJ, caso o imbróglio judicial que parou a construção da estação, seja resolvido. As obras no local foram interrompidas em 2015, após indícios de superfaturamento superior a R$ 2 bilhões em contratos. Hoje, especialistas debatem se as estruturas abandonadas precisariam passar por reforço estrutural antes da continuidade das intervenções ou se deveriam avançar rumo à conclusão do projeto.
— A Estação da Gávea tem um problema jurídico sério, que precisa ser resolvido antes do prosseguimento das obras. Eu já falei com o Ministério Público, pedi uma reunião também com o Tribunal de Justiça para que o espaço volte a ter obras. Se tivermos a autorização, vamos incluir este projeto no Pacto RJ. Esse é um projeto que não conseguiria entregar neste mandato, mas pretendo retomar as obras — disse.
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O pacote de obras e projetos apresentado pelo governo tem custo estimado de R$ 17 bilhões. A maior parte desse valor — aproximadamente R$ 10 bilhões — é oriunda de recursos obtidos com o leilão da Cedae, em abril. Entre os mais de 50 projetos, estão obras de infraestrutura de grande porte, como a criação de uma linha de metrô em superfície com 23 quilômetros, que cortará a Baixada Fluminense.
Pré-candidato à reeleição, Castro nega interesses políticos com a inauguração de obras no ano que vem.
— Esse plano é projetado para os próximos três anos, vai além do meu mandato. Quem vai dizer se a reeleição é possível ou não é o trabalho bem feito, não uma inauguração de obras — afirmou.
Além dos R$ 10 bilhões do leilão da Cedae, o estado contará com R$ 2,5 bilhões da parte da Cedae que continua sob administração pública e outros R$ 4,5 bilhões de orçamentos próprios. Com o estado em crise e em busca de um novo acordo com a União que manterá o Rio no Regime de Recuperação Fiscal, o governador diz não ter dificuldades para tocar as obras.
— Fazemos nossas economias e trabalhamos com índices de gastos constitucionais. A nossa arrecadação está na casa de R$ 7 bilhões acima do previsto. A economia tem funcionado. Vamos cumprir o Pacto — concluiu.
A capital também receberá obras para melhorar a mobilidade. A proposta é implantar uma faixa para veículos com quatro quilômetros de extensão, da Pavuna, na Zona Norte, à Avenida Brasil, o que desafogará o trânsito da Via Light. Boa notícia também para os moradores do Complexo do Alemão, onde o teleférico — parado desde 2016 — deve ser recuperado e voltar a circular. Do outro lado da Baía de Guanabara, um corredor exclusivo para ônibus, com 13,5 quilômetros, ligará o bairro de Neves, em São Gonçalo, ao Centro da cidade da Região Metropolitana.
De acordo com projeções feitas pelo Palácio Laranjeiras, o pacote deve gerar mais de 150 mil empregos, diretos e indiretos, e se estender até 2023.
Para o interior, por exemplo, está prevista a revitalização de 882 km de estradas. Apenas este projeto deve gerar 11 mil empregos. O pacote também engloba a construção de cinco mil moradias populares e a reforma de 60 conjuntos habitacionais — o que deve beneficiar cerca de 40 mil famílias.
Cieps com internet
Na área da educação, devem ser reformados 50 Cieps, que vão ganhar acesso à internet. Outras 11 escolas — sete delas no Rio e outras quatro em Rio das Ostras, Cabo Frio, Búzios e Macaé — também serão construídas. Projetos que já vinham sendo debatidos no estado também constam da lista apresentada pelo governo. Os agentes da área de segurança, por exemplo, vão utilizar câmeras acopladas aos seus uniformes, durante as operações. Os valores gastos com esses equipamentos, já em fase de licitação, também serão pagos com o montante incluído no Pacto RJ.
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