Valor Econômico – O mercado para contratação fretes rodoviários começou a reagir em junho em Mato Grosso, mas ainda de forma “incipiente”. Houve pequena elevação dos preços na maioria das rotas pesquisadas pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), e a expectativa é que os valores aumentem à medida que a colheita da safrinha de milho avance. A maior alta em relação a maio foi de 7%.
As negociações para escoamento da produção devem se intensificar já que a expectativa de colheita da segunda safra de milho é próxima da obtida no ano passado, gerando uma relação mais apertada entre oferta e demanda de caminhões. O panorama é diferente do observado nos vizinhos Mato Grosso do Sul e Goiás, onde deve haver quebra na colheita e menos pressão nas cotações dos fretes, aponta a Conab.
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Sem greve à vista
“Em relação a alguns rumores existentes em veículos de comunicação, empresas do setor de transporte descartam qualquer possibilidade de greve neste momento, dada a tendência ascendente dos preços, tendo em vista a forte movimentação logística no mercado das commodities e o grande volume de milho a ser escoado ao longo dos próximos meses”, diz o boletim logístico da estatal.
A Conab também passou a analisar as rotas de fretes de grãos em Mato Grosso do Sul e Goiás. Com isso, a estatal passa a examinar os dados de movimentação de cargas agrícolas nos Estados responsáveis pela produção de cerca de 49% de milho e soja do país.
Em Mato Grosso do Sul, há expectativa de alta nos preços ofertados pelo serviço de frete conforme a colheita do milho avance. A elevação, no entanto, pode sofrer impactos das condições climáticas adversas registradas nas lavouras do Estado. “A expectativa é que o incremento nas cotações não seja tão significativo, mesmo no pico da colheita, uma vez que as perdas da safra em função do clima desfavorável devem reduzir o volume a ser escoado”, afirma a Conab. Em junho, os preços de fretes praticados nas principais rotas do Estado tiveram baixas de até 26% em relação a maio.
Cenário semelhante deve ser encontrado pelos produtores em Goiás, que tem o pico da demanda por serviços de frete entre o fim de julho e o início de agosto. A demanda por transporte, no entanto, deve ser reduzida provocando menor impacto altista nas cotações de frete.
“Mesmo com a previsão de queda na colheita do milho, o volume de transporte do grão das fazendas aos armazéns dos cerealistas e cooperativas tende a liberar a soja que ainda não foi comercializada em direção aos portos”, afirma a companhia. Os preços dos fretes em Goiás caíram em todas as rotas analisadas, chegando a 55% em uma delas.
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