Estudo da Esalq-Log traça a participação dos trilhos na movimentação agrícola
Como anda a participação das ferrovias brasileiras no transporte de produtos agrícolas? Muitas das respostas para essa pergunta estão no estudo “Logística do agronegócio – Oportunidades e desafios”, assinado pelo engenheiro agrônomo Thiago Guilherme Péra e pelo engenheiro civil José Vicente Caixeta Filho, ambos do Grupo de Pesquisa e Extensão em Logística Agroindustrial (Esalq-Log) da Universidade de São Paulo (USP).
O documento, lançado no final de 2021, afirma que, embora as ferrovias desempenhem um papel fundamental na logística do agronegócio, sua participação no transporte de produtos agrícolas em geral até os portos caiu levemente nos últimos anos. Em 2010, equivalia a 46,8% do total transportado no país. Em 2020, ficou em 42%. Ao analisar o setor do agronegócio, o levantamento considerou não só os granéis sólidos (soja, farelo de soja, milho, açúcar etc.), mas também insumos para diferentes indústrias, biocombustíveis, fertilizantes, defensivos agrícolas, máquinas agrícolas, entre outros itens.
Por outro lado, o agronegócio, que hoje responde por um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e movimenta mais de 1 bilhão de toneladas de carga por ano, tem elevado seus níveis de produtividade nos últimos anos. Falando especificamente de exportação de granéis sólidos agrícolas, em 2010, esse índice correspondia a 43% do total produzido no país. Em 2020, passou para 54,2%. Em contrapartida, a participação das ferrovias no transporte de granéis sólidos agrícolas passou de 20,1% em 2010 para 22,8% em 2020. Ou seja, explica Péra, “o volume exportado cresceu mais do que a oferta ferroviária no período”.
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