Valor Econômico – O custo do frete para escoar a soja está subindo conforme avança a colheita desta safra 2021/22 e chegou a patamares recorde em janeiro no Estado de Mato Grosso, segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) – que avalia mensalmente os principais corredores logísticos do país. Em boletim divulgado nesta segunda-feira, a estatal alerta que há chance de os preços do transporte de grãos subirem ainda mais em fevereiro.
Em Mato Grosso, que lidera a produção nacional de soja , os trechos que saem de Querência com destino a Araguari (MG) e a Colinas (TO) ficaram 41% mais caros em relação a igual período do ano passado e atingiram R$ 270 por tonelada. O trajeto mais caro vai de Campo Novo (MT) até o porto de Santos, em São Paulo, que atingiu R$ 430 por tonelada, aumento de 33% na comparação anual.
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Conforme a Conab, a falta de caminhões está provocando um leilão nos fretes, em meio ao avanço acelerado da colheita. Até 5 de fevereiro, a entidade estima que cerca de 42% da área de soja plantada em Mato Grosso já havia sido colhida.
“Em Querência, a forte elevação observada está relacionada ao fato de essa região estar sofrendo com os problemas logísticos decorrentes do excesso de chuvas e de compromissos com portos do Arco Norte. Em fevereiro, as cotações de serviços de frete devem manter essa tendência de elevação à medida que aumente o volume de soja liberada”, diz a estatal, em relatório.
Os problemas climáticos são, de forma geral, um fator de impulso para os custos do frete em todo o Estado, conforme explica a companhia no documento.
Segundo maior produtor de soja nesta safra, o Estado de Goiás também registrou altas significativas. A rota mais cara em janeiro foi a que liga Rio Verde a Imbituba (SC), que alcançou R$ 250,50, acréscimo de 6% em relação a dezembro de 2021.
Goiás assumiu a vice-liderança na produção de soja após quebras no Rio Grande do Sul e no Paraná, devido aos problemas climáticos. Além disso, de acordo com a Conab, a antecipação da colheita para janeiro fez aumentar a demanda por caminhões.
No Paraná, quarto maior produtor de soja do país, os fretes estão caindo devido à quebra de safra. As operações partindo de Cascavel e Ponta Grossa com destino a Paranaguá apresentaram redução de 31%, para R$ 55 e R$ 65 por tonelada, respectivamente.
A Conab não detalhou informações do Rio Grande do Sul, que – no último levantamento de safra divulgado pela estatal, aparece como terceiro maior produtor de soja do país.
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