Valor Econômico – Em 2022, o grupo CCR deverá focar nas concessões adquiridas no ano passado, afirmou o presidente, Marco Cauduro, na abertura da teleconferência de resultados da companhia.
“Neste ano, vamos focar no desafio de assumir os projetos conquistados, buscando sempre constante aperfeiçoamento”, disse ele.
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Em 2021, a empresa saiu vencedora de uma série de leilões, que estão sendo iniciadas agora: as Linhas 8 e 9 da CPTM, em São Paulo; dois blocos regionais de 15 aeroportos federais; a concessão mineira do aeroporto de Pampulha; além do novo contrato da rodovia Dutra.
O presidente disse também que o grupo “continuará atento a oportunidades” e destacou o enorme estoque de leilões previstas para este ano. “Porém, consideramos sempre nossa diligência, premissas como disciplina de capital e geração de valor”, afirmou.
A CCR segue interessada em leilões neste ano e vê espaço para novos projetos, segundo o diretor financeiro, Waldo Perez.
“Tudo vai depender das concessões específicas, mas ainda temos um espaço interessante para crescimento”, afirmou. Ele também diz que alguns projetos estão sendo analisados com sócios.
Aeroportos
A retirada do aeroporto de Santos Dumont da sétima rodada de concessões do governo federal não afetou em nada o interesse da CCR no leilão, afirmou Cauduro.
“Temos interesse, com foco claro em Congonhas, dentro da nossa estratégia de consolidação no terminal São Paulo. É um ativo estratégico. E os aeroportos regionais que estão incluídos dentro desse bloco se integram potencialmente com as nossa malha, que já é bastante abrangente no Brasil”, disse.
Interesse dos estrangeiros
O grupo CCR vê interesse de novos atores internacionais no mercado de infraestrutura brasileiro, porém, avalia que as complexidades do país podem ser uma barreira de entrada, avalia o presidente.
“O Brasil tem idiossincrasias. Players estrangeiros têm interesse, mas execução é complexa, seja operacional, com cadeia de fornecimento, na região com comunidades lindeiras, desapropriações, riscos regulatórios, ciclos políticos. Para quem está fora do jogo há um custo de entrada que não é pequeno. Então acho que, nesse contexto, a CCR tem protagonismo”, disse o executivo, questionado por analistas sobre o nível de competitividade dos leilões neste ano.
Ele afirma que o foco do grupo será em projetos de maior porte com retorno alto, nos quais a empresa conseguirá trazer vantagens competitivas.
“Acho que interessados há muitos, locais e internacionais. Talvez idiossincrasias criem barreira de entrada. Vide leilão da nova Dutra, que teve somente dois players, extremamente competentes”, afirmou. No leilão, que decepcionou pela baixa competição, participaram apenas CCR, que saiu vencedora, e a Ecorodovias, que fez uma oferta bastante conservadora pelo ativo.
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