Ministro da Infraestrutura diz que saída do governo federal para concorrer em SP não compromete concessões federais

O ministro de Infraestrutura Tarcisio Gomes de Freitas ainda não se filiou a nenhum partido Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo (21/08/2019)
O ministro de Infraestrutura Tarcisio Gomes de Freitas ainda não se filiou a nenhum partido Foto: Daniel Marenco / Agência O Globo (21/08/2019)

O Globo – O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, confirmou nesta sexta-feira que deve deixar a pasta para concorrer ao governo de São Paulo, o que precisa fazer até o início de abril. Segundo Freitas, o atual secretário-executivo da pasta, Marcelo Sampaio, deve assumir o cargo de ministro.

Questionado pelo GLOBO sobre os riscos vistos pelo mercado quanto ao cumprimento do cronograma de concessões federais após a sua saída, Freitas disse que os projetos vão sair do papel e que a prioridade maior da pasta é a desestatização do Porto de Santos, que está em fase de consulta pública.

— Claro que vai sair (neste ano). Já debatemos com a sociedade, está neste momento em consulta pública recebendo contribuições, entendendo os desafios regulatórios. (…) Tenho certeza que Santos vai andar bem — disse o ministro.

Freitas e o presidente Jair Bolsonaro (PL) participaram de um evento com contornos eleitorais em São José dos Campos realizado para inaugurar a nova concessão da rodovia Presidente Dutra. O evento foi precedido de uma motociata do presidente com apoiadores que gerou engarrafamento nas imediações da rodovia.

— Eu estou indo embora, o time não. E o time (equipe do ministério) é muito bom, de ponta. A gente sempre fez reuniões de acompanhamento estratégico, eu sempre levei meu secretário-executivo, a informação sempre foi compartilhada — afirmou Freitas a jornalistas.

O ministro destacou ainda como prioridades a sétima rodada de concessão dos aeroportos, que contém Congonhas e da qual foi excluído recentemente o aeroporto de Santos Dumont, e a licitação de trecho da BR-381 em Minas Gerais. Este projeto teve data do leilão suspensa a pedido do próprio ministério em razão da iminência de falta de interesse de investidores pelo ativo. O projeto deve ser reformulado.

— O leilão de Congonhas é super importante e vai andar. Nós temos a BR 381-MG da qual nós não abrimos mão e quem vai entrar (como ministro), o Marcelo Sampaio, sabe exatamente que a BR-381 é super importante e que ele vai ter que dar prioridade. O pipeline (cronograma de projetos ) está preservado — salientou o ministro.

Freitas disse não acreditar que o cronograma eleitoral impeça a realização dos leilões e afirmou que “quer ser convidado” para os certames.

Em suas falas, o presidente Bolsonaro e o ministro destacaram que a nova concessão da Dutra concede isenção de pedágio a motos, medida que tem sido criticada pelo setor privado. Segundo a própria CCR, o fluxo de motocicletas na rodovia tende a aumentar.

O evento do qual Freitas e Bolsonaro participaram foi realizado em uma tenda montada às margens da Dutra e aglomerou cerca de 300 apoiadores do presidente, a maioria sem máscara.

No palanque subiram mais de 30 pessoas, entre elas o presidente da CCR, Marco Cauduro, outros executivos da concessionária e políticos próximos ao bolsonarismo como os ex-ministros Ricardo Salles e Eduardo Pazuello, os deputados federais Eduardo Bolsonaro e Carla Zambelli e o ex-presidente da Fiesp Paulo Skaf. De todos, apenas o prefeito de São José dos Campos, Felício Ramuth, usou máscara.

Ramuth, ex-tucano que recentemente se filiou ao PSD de Gilberto Kassab e é também pré-candidato ao governo paulista, foi vaiado pelo público bolsonarista. Ele foi hostilizado durante todo o seu discurso, que durou menos de cinco minutos.

O prefeito elogiou o ministro Freitas por ter realizado o leilão de uma nova concessão em vez de prorrogar o contrato inicial com a CCR, o que teria permitido a realização de mais investimentos. Em sua fala, Ramuth criticou o governo de São Paulo por ter prorrogado concessões rodoviárias.

Fonte: https://oglobo.globo.com/economia/ministro-da-infraestrutura-diz-que-saida-do-governo-federal-para-concorrer-em-sp-nao-compromete-concessoes-federais-1-25419128

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