Com desaceleração global, portos movimentam 3,3% menos carga

Valor Econômico – Os portos brasileiros tiveram queda de 3,3% na movimentação de cargas no primeiro semestre de 2022 na comparação com o mesmo período do ano anterior. Os portos públicos e terminais privados movimentaram 581,3 milhões de toneladas nos primeiros seis meses deste ano, segundo dados divulgados ontem pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

“O decréscimo na movimentação decorre dos problemas de lockdowns e fechamentos de indústrias e portos na China. Isso impactou nas movimentações de granel sólido mineral, vegetal e de contêineres”, disse o diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery.

A desaceleração da global, incluindo EUA e Europa, e a estiagem que atingiu a produção nacional de soja também foram apontadas pela Antaq como responsáveis pela queda nas exportações de commodities.

Os três produtos de maior movimentação nos portos brasileiros registram queda: minério de ferro (-6,4%), petróleo (-5,6%) e soja (-11,2%) (ver quadro ao lado).

Apesar da retração de volume, soja e petróleo registram crescimento em valores em razão da elevação de preços das commodities. O mesmo não ocorreu com o minério de ferro, que perdeu valor no mercado internacional.

A diminuição da demanda por minério de ferro pôde ser percebida no terminal Ponta da Madeira (MA), da Vale, estrutura portuária de maior movimentação do país. Houve a queda 10,8% na movimentação no primeiro semestre, que ficou 74,1 milhões de toneladas no período.

O porto de Santos (SP) registrou a passagem de 62,6 milhões de toneladas nos primeiros seis meses do ano. Neste caso, o porto organizado, com segunda maior movimentação no segmento e com estudos para a privatização sendo finalizados, teve aumento de 5,6% na movimentação.

Altas na movimentação portuária foram observadas com fertilizante (14%) e celulose (27%). A Antaq informou que isso se deve à estratégia de formação de estoques de fertilizantes, com maior importação, para enfrentar os efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia. Integrantes da agência avaliam que, em relação à celulose, o país tem se consolidado como o segundo maior produtor mundial e primeiro maior exportador.

A Antaq prevê recuperação da movimentação nos últimos seis meses do ano, alcançando 631 milhões de toneladas. Isso representaria o acréscimo de 2,9% em relação ao mesmo período de 2021. Se confirmada a previsão, o setor portuário registrará a movimentação de 1,212 bilhão de toneladas no ano de 2022. Mesmo assim, haveria queda de 0,29% frente a 2021.

Fonte: https://valor.globo.com/brasil/noticia/2022/08/16/com-desaceleracao-global-portos-movimentam-33-menos-carga.ghtml

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