Jornal Cidade (Rio Claro-SP) – A Rumo, responsável pela gestão da Malha Ferroviária Paulista, adiou para 2023 a entrega do novo projeto-executivo que vai nortear a transferência da oficina de manutenção do Centro de Rio Claro para o Jardim Guanabara. A informação foi confirmada para a coluna Farol JC pela própria empresa. Havia uma expectativa alta dentro da administração do prefeito Gustavo Perissinotto (PSD) para que o documento fosse apresentado até o fim deste ano, no entanto, o material ainda não está pronto.
“A concessionária informa que está na fase final de elaboração do projeto-executivo para a instalação da oficina em Rio Claro. No momento, os estudos do projeto estão em curso pelas equipes técnicas e o cronograma de obras só será definido após essa etapa. O projeto será apresentado na Prefeitura no primeiro trimestre de 2023”, comunicou a Rumo à reportagem.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
Em relação ao prazo da obra, anteriormente, a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) havia confirmado ao Jornal Cidade que um dos termos que foram assinados para a renovação da concessão da Malha Paulista é a obrigação de instalar até o ano de 2025 a nova oficina de manutenção no município. “Essa obrigação resultou do estabelecimento de diretriz do formulador de política pública, do Ministério da Infraestrutura, visando à mitigação de conflitos urbanos resultantes do fluxo de trens na região central da área urbana no município de Rio Claro. Nesse sentido, a obrigação cumpre o objetivo de resolução de conflito urbano existente naquele município”, comunicou no ano passado.
Em 2018, o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) contratou um estudo de viabilidade técnica, econômica e ambiental visando à implantação do novo complexo de oficina ferroviária no Jardim Guanabara. O estudo custou R$ 1,7 milhão, na época. A Egis Engenharia, empresa contratada, revelou à Farol JC que chegou a apresentar cinco alternativas operacionais para a transferência da oficina, ambas dentro dos limites do município de Rio Claro. Todavia, o contrato foi findado antes mesmo que fosse escolhido o local de maneira definitiva. “Naquele momento, a remoção da oficina entrou nas contrapartidas da renovação antecipada da concessão da Malha Paulista, atualmente de posse da concessionária Rumo. Após esse fato, a Egis não teve qualquer acesso, informação ou ação sobre as etapas subsequentes do desenvolvimento do projeto citado”, comunicou.
No ano passado a oficina quase deixou a cidade de Rio Claro. Uma reportagem do Jornal Cidade revelou em agosto o plano da Rumo em estabelecer o novo setor operacional fora do município. Na época, o sindicato da categoria informara que o local escolhido era em Araraquara, onde já há uma estrutura da concessionária. Diante da informação revelada pelo JC, um movimento se iniciou pelo Sindicato dos Ferroviários e ganhou apoio de entidades como o Ciesp, Aspacer, Anfacer, Cosan e também na Câmara Municipal.
A sociedade civil e população também se manifestaram negativamente pela perda da empresa no município. Diante da pressão, uma articulação política envolvendo várias frentes junto ao prefeito Gustavo Perissinotto (PSD) fez com que a empresa revisse o projeto de deixar Rio Claro. Agora, aguarda-se pelo primeiro trimestre do ano que se aproxima para que se saiba como se nortearão a transferência e a desocupação da área central do município. Há expectativa para que sejam investidos R$ 300 milhões na iniciativa.
Seja o primeiro a comentar