TIC terá edital em março e leilão em novembro deste ano, garante secretário

Secretário de Parcerias em Investimentos do estado de São Paulo
Rafael Benini, secretário de Parcerias em Investimentos do estado de São Paulo

No governo de São Paulo absolutamente todos os projetos de expansão metroferroviária estão sendo elaborados com a premissa de incluir a participação do setor privado. Por trás desse trabalho está Rafael Benini, secretário de Parcerias em Investimentos de São Paulo. A pasta foi criada pelo govenador Tarcísio de Freitas para alavancar concessões no estado. Mestre em Economia pela Universidade de São Paulo, Benini foi diretor de Planejamento da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) quando Freitas ainda era ministro da Infraestrutura.

Coube a Benini, nesse início de mandato, colocar em prática o Trem Intercidades de São Paulo a Campinas, promessa de campanha do governador. Há anos em estudo e com prazos não cumpridos por governos anteriores, a concessão do TIC sairá em 2023, garante o secretário. O lançamento do edital está previso para a segunda quinzena de março e o leilão, segundo ele, já tem data marcada para o próximo dia 28 de novembro.

A concessão englobará três serviços: a Linha 7-Rubi, da CPTM, o Trem Intermetropolitano (TIM), parador até Campinas, e o TIC, em uma via construída do zero para abrigar trens de média velocidade. A ligação direta São Paulo-Campinas está prevista para acontecer em uma hora e quatro minutos.

O capex do projeto é de R$ 12,5 bilhões. Ainda está sendo definida a contrapartida do governo. Dois cenários são avaliados: aporte de R$ 9 bilhões ou de cerca de R$ 6 bilhões mais contraprestação em torno de R$ 500 milhões/ ano, que começaria a ser paga quando o sistema estivesse pronto. Nessa entrevista, Benini detalha o empreendimento e afirma que o governo mapeou pelo menos quatro players interessados no TIC Campinas.

No pipeline da secretaria ainda há dois projetos de concessão de linhas da CPTM. Um para as linhas 10-Turquesa e a futura 14-Ônix, que pretende ligar Santo André a Guarulhos num trecho de 35 km. Outro para conceder num só pacote as linhas 11-Coral, 12-Safira e 13-Jade, incluindo a expansão da 13 até Bonsucesso, em Guarulhos. A novidade é que esses dois projetos serão pensados, afirma o secretário, já prevendo uma futura implementação de trens regionais. Até o fim do governo, Benini quer colocar na praça a concessão de mais um TIC.

Entre as opções mais viáveis, segundo ele, estão o de Sorocaba e o de São José dos Campos. “No final de março deveremos saber qual deles será escolhido”, afirma. Entre os projetos de metrô, as linhas 19-Celeste, 20-Rosa e 22-Marrom serão estudadas, mas a prioridade está tendendo para a 20, uma vez que o governador quer levar o sistema para a região do ABC. “Vamos tentar duas, mas pelo menos uma a gente faz nesse mandato, por meio de PPP. Dado que teremos a Linha 2-Verde chegando em Guarulhos, estamos dando prioridade para a Linha 20, que vai para o ABC”, explica.

O governo vem negociando com a CCR a expansão da Linha 4-Amarela até Taboão da Serra e também uma mudança no contrato de concessão da Linha 17-Ouro, para que a mesma concessionária possa assumir as obras. “O governador já fez o pedido para a CCR. Estamos negociando para que ela incorpore essa obra dentro da concessão e opere a linha”, diz.  

“Os projetos de mobilidade urbana são muito importantes para o governo de São Paulo. O governador sempre foi um homem de ferrovia.”

Rafael Benini – Secretário de Parcerias em Investimentos do estado de São Paulo

Revista Ferroviária – Qual é o foco da secretaria de Parcerias em Investimentos na área metroferroviária
Rafael Benini – Os projetos de mobilidade urbana são muito importantes para o governo. O governador sempre foi um homem de ferrovia. O nosso foco hoje está no Trem Intercidades de Campinas.

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