Funcionários de consórcio construtor “desaparecem” da Linha 17-Ouro do Metrô

Metrô CPTM – Como tem mostrado este site, as obras de sete estações e um pátio de manutenção da Linha 17-Ouro estão apresentando sinais preocupantes de abandono. Após sobrevoar o pátio Água Espraiada no início de fevereiro, o canal iTechdrones mostrou o trecho da Marginal Pinheiros do ramal de monotrilho e novamente não foi possível notar qualquer atividade nos canteiros.

Responsabilidade do Consórcio Monotrilho Ouro, o serviço deveria ser entregue em meados deste ano, mas o que se vê é um atraso acumulado desde os primeiros meses da empresa à frente da obra, na época apenas com a construtora Coesa. Em 2021, ela ganhou a companhia da KPE Engenharia, em ação para reforçar o caixa do projeto.

Diante das evidências de descaso do consórcio, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem se pronunciado com certa frequência sobre assunto, prometendo substituir a empresa por outro concorrente ou mesmo colocar a ViaMobilidade para concluir os trabalhos. A concessionária venceu a concorrência para operar não apenas a Linha 5-Lilás como a Linha 17 em 2018, mas não tem previsão contratual de realizar obras civis ou fornecer sistemas e equipamentos.

Segundo relatos de ex-funcionários do consórcio que se pronunciaram tanto ao site quanto ao iTechdrones, o Monotrilho Ouro teria desmobilizado os canteiros de obras já no final de dezembro. A data coincide com a paralisação das atividades em quase todo o escopo do projeto.

Os poucos colaboradores flagrados nos vídeos estariam nos locais apenas para retirar equipamentos pertencentes à empresa, segundo pessoas que trabalharam na obra.

Ainda de acordo com o canal, as placas onde constavam os dados do consórcio teriam sido retiradas de vários canteiros nos últimos dias.

De mesmo grupo para duas empresas separadas

Tanto a KPE quanto a Coesa são originárias do grupo OAS, fundado na Bahia em 1976 e que foi um dos mais afetados pela operação Lava Jato. A empresa, após deixar a recuperação judicial no final de 2021, foi dividida em dois novos grupos, o Metha, cujo principal acionista é a família Mata Pires e que ficou com a KPE, e a Coesa, que foi assumida por ex-diretores da OAS.

A divisão de ativos acabou causando mudanças em algumas sociedades, como no Consórcio CEML, que era formado pela OAS, Queiroz Galvão e Bombardier e hoje está nas mãos da Coesa, Álya (novo nome da Queiróz Galvão) e Alstom, que comprou a divisão ferroviária da empresa canadense. Pouco tempo após ser formada, a Coesa e suas subsidiárias entraram em nova recuperação judicial, situação que persiste até o momento. Tentamos contatá-las, mas os sites estão fora do ar ou com problemas técnicos.

Questionado sobre a ausência de atividades nos canteiros de obras, o Metrô de São Paulo enviou a seguinte nota:

“A nova gestão do Governo do Estado não vai medir esforços para a conclusão da Linha 17-Ouro. Uma das primeiras medidas da atual administração foi iniciar a revisão dos contratos de implantação desta linha e conversar com o consórcio construtor para cobrar o cumprimento do cronograma, entender as dificuldades e discutir alternativas para que o trabalho entre no ritmo adequado. As alternativas consideram a contratação de uma nova construtora, caso a atual não demonstre capacidade de prosseguir o trabalho.”

Fonte: https://www.metrocptm.com.br/funcionarios-de-consorcio-construtor-desaparecem-da-linha-17-ouro-do-metro/

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