Valor Econômico – O quarto trimestre do ano passado deve apresentar queda de quase 60% no lucro líquido da Vale frente a igual período do ano anterior. A média das estimativas compiladas pelo Valor aponta para lucro líquido entre outubro e dezembro de US$ 2,206 bilhões, 59,4% abaixo dos US$ 5,427 bilhões de um ano antes. Na comparação com o terceiro quarto de 2022, a queda deve ser de 50,5%. A Vale divulga o resultado do quarto trimestre e de 2022 na quinta-feira (16), depois do fechamento do mercado.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização da companhia deve subir 2,56% na comparação com o quarto trimestre de 2021 e avançar 21,1% frente ao terceiro trimestre do ano passado, para US$ 4,847 bilhões. Já a receita líquida deve cair 10,9% ante o quarto trimestre de 2021, mas crescer 17,5% ante o terceiro trimestre de 2022, para US$ 11,670 bilhões.
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O Valor compilou as projeções do Bradesco BBI, BTG Pactual e Itaú BBA. As projeções de lucro variaram entre os US$ 1,633 bilhões do Itaú BBA e os US$ 3,281 bilhões do BTG Pactual, enquanto o Ebitda foi de US$ 4,665 bilhões do BTG até os US$ 5 bilhões do Itaú. Já a receita líquida variou entre US$ 11,639 bilhões do Bradesco BBI e US$ 11,732 bilhões do Itaú.
Em relatório assinado pelos analistas Thiago Lofiego, Isabella Vasconcelos e Camilla Barder, o Bradesco BBI espera que a Vale tenha fechado o quarto trimestre com um preço realizado do minério de ferro em torno de US$ 92 por tonelada, queda de 1% ante o terceiro trimestre, enquanto, para o banco, o custo caixa C1 deve ter recuado de US$ 22,80 por tonelada para US$ 21,50 por tonelada na mesma comparação, com a empresa se beneficiando da diluição do custo fixo.
Para o banco, embarques mais robustos vão dar suporte ao resultado do quarto trimestre do ano passado. Além disso, o banco projeta Ebitda do segmento dos metais básicos na casa dos US$ 800 milhões, contra US$ 364 milhões no terceiro trimestre. Segundo os analistas do Bradesco, esse resultado dos metais básicos terá como base os maiores volumes vendidos, além de altas de preço de 3% para o cobre e de 15% para o níquel.
Já o Itaú BBA espera um preço realizado no minério de ferro US$ 3 mais alto por tonelada, com base em uma projeção de que o impacto positivo dos mecanismos de preço vai superar a queda de 4% nos preços à vista.
Em relatório assinado pelos analistas Daniel Sasson, Edgard Pinto de Souza, Marcelo Furlan Palhares e Barbara Soares o banco ressalta que as vendas de minério de ferro da companhia subiram 22% frente ao terceiro trimestre, para 90 milhões de toneladas, superando a produção no período, que foi de 80,9 milhões de toneladas – 10% abaixo do terceiro trimestre. Essa alta nas vendas foi possível, lembram os analistas, graças à venda de estoques previamente em trânsito.
Nos metais básicos, o Itaú BBA notou que as produções tanto de níquel quanto de cobre sofreram com paradas para manutenção entre outubro e dezembro, mas as vendas foram fortes – acima da expectativa do banco – devido à negociação de estoques.
“Estamos confortáveis com a nossa projeção de Ebitda para o quarto trimestre, de US$ 5 bilhões”, dizem os analistas, ressaltando a expectativa do preço realizado na venda de minério de ferro maior que no terceiro trimestre.
Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2023/02/15/mercado-espera-lucro-menor-para-vale.ghtml
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