Valor Econômico – O nome do executivo Walter Schalka, presidente da Suzano, foi sondado por empresa de seleção de executivos (headhunter) para presidir a Vale, apurou o Valor. Schalka vai deixar o comando da Suzano para ir para o conselho da gigante de celulose.
Schalka é bem-visto por parte dos conselheiros da mineradora, que o apontam como um nome que precisaria ser considerado. As discussões no colegiado da Vale sobre a sucessão do CEO travaram em 15 de fevereiro e desde então vem se buscando entendimento.
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Existe a expectativa de que as partes possam chegar a uma definição sobre o tema na reunião ordinária do conselho de administração marcada para sexta-feira (8), segundo duas fontes.
Embora o tema sucessório não esteja na pauta da reunião, é possível que entre em discussão. Os conselheiros têm de definir se reconduzem o atual presidente, Eduardo Bartolomeo, ou se optam por um processo competitivo, com a nomeação de três nomes selecionados por headhunter para definir quem seria o CEO. O mandato de Bartolomeo termina em 26 de maio.
O atual CEO trabalha para ter mais um mandato, mas encontra resistência de parte do colegiado, que está dividido. Há no conselho quem não acredite que Bartolomeo possa ser reconduzido, mas o jogo segue aberto.
Se a escolha for pela lista tríplice, o nome do executivo será incluso, dizem interlocutores. Em 15 de fevereiro, a reunião terminou empatada, com seis votos a favor de Bartolomeo e seis pela abertura de lista tríplice. Houve ainda uma abstenção, de Luís Guimarães, indicado pela Cosan.
Guimarães, executivo de confiança do empresário Rubens Ometto, acionista da Vale, também pode vir a compor a lista tríplice. O empresário estaria disposto, porém, a abrir mão de bancar o nome de seu braço direito para que ele pudesse concorrer a partir de 2027.
Para avançar na escolha do CEO, alguém do conselho terá de mudar de voto
A consultoria Vila Nova Partners vem auxiliando o colegiado no processo sucessório.
Nas últimas semanas, parte dos conselheiros voltou com a tese de que Bartolomeo poderia ter um mandato menor para que o futuro sucessor fosse escolhido com mais calma no futuro. Mas com os desgastes que essas discussões tomaram nos últimos tempos parte do colegiado quer uma solução definitiva.
Uma fonte afirmou que os conselheiros já queriam chegar com um nome definido para a reunião de sexta-feira, mas o cenário ainda é incerto.
Também voltou a aparecer nos últimos dias como um potencial candidato o nome de Paulo Caffarelli, ex-presidente do Banco do Brasil e da Cielo, e que teria o apoio do governo, que não desistiu de influenciar na sucessão da Vale. O nome de Caffarelli, contudo, também encontra resistência por parte do colegiado.
Na reunião de amanhã, conselheiros apostam que a sucessão vai ser assunto do dia, embora não conste da pauta. Com algum avanço nas tratativas, parte do conselho acredita, inclusive, que poderá haver um acordo no encontro entre os membros do colegiado.
Procurado pela reportagem, Schalka não se manifestou sobre o assunto.
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