Desempenho operacional deve garantir bons números para a Vale no 1º trimestre, dizem analistas

Valor Econômico – O sólido desempenho operacional da Vale neste início de ano deve garantir um bom resultado para a empresa no balanço no primeiro trimestre, que será divulgado na quarta-feira (24), depois do fechamento do mercado.

O Valor compilou estimativas de três banco: Citi, Itaú BBA e BTG Pactual. A média para o lucro líquido ficou em US$ 1,67 bilhão, o que, caso se confirme, significará uma queda de 9,09% frente a igual período do ano passado. As projeções variaram dos US$ 1,388 bilhão do BTG aos US$ 1,974 bilhão do Itaú BBA.

Para a receita líquida, a projeção média ficou em US$ 8,28 bilhões, o que seria equivalente a uma queda de 1,82% na comparação com o primeiro trimestre do ano passado. As estimativas variaram entre os US$ 7,926 bilhões do BTG e os US$ 8,526 bilhões do Itaú BBA.

Para o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, an sigla em inglês), as projeções variaram dos US$ 3,178 bilhões do BTG aos US$ 3,6 bilhões do Itaú. Na média, ficaram em US$ 3,385 bilhões, o que, caso se confirme, será 5,34% menor que o obtido pela mineradora nos três primeiros meses do ano passado.

As quedas do lucro, da receita e do Ebitda foram diretamente influenciadas pelos recuos dos preços. Os valores médios recebidos pela Vale no primeiro trimestre, na comparação com igual trimestre do ano anterior, foram 7,3% menores nos finos de minério de ferro; 18,8% mais baixos no cobre; e 33,3% inferiores no níquel. Nas pelotas, o preço médio realizado foi 5,8% maior que nos três primeiros meses de 2023.

Os analistas Alexander Hacking e Stefan Weskott, do Citi, afirmam que a Vale divulgou, na semana, passada, uma produção “forte” no primeiro trimestre e embarques acima do esperado e lembraram que o crescimento da produção de minério de ferro frente aos três primeiros meses do ano passado foi atribuída, pela mineradora, a maior confiabilidade dos ativos e às maiores compras de minério de terceiros.

Entre janeiro e março, a Vale produziu 79,837 milhões de toneladas de minério de ferro, alta de 6,1% frente ao primeiro trimestre do ano passado, enquanto a produção de pelotas foi de 8,467 milhões de toneladas, crescimento de 1,8% na mesma comparação.

O preço médio realizado dos finos de minério de ferro ficou em US$ 100,7 por tonelada, acima dos US$ 97 por tonelada esperados pelo banco, assim como o preço médio das pelotas, que ficou em US$ 171,9 por tonelada no primeiro trimestre, contra uma expectativa de US$ 157 por tonelada do Citi.

“Esse é o primeiro trimestre que podemos lembrar em vários anos no qual a Vale bate nosso modelo”, dizem os analistas do Citi, acrescentando que “é apenas um trimestre, mas ainda assim um sinal encorajador de que a meta agora pode ser conservadora”. O Citi prevê lucro de US$ 1,649 bilhão, receita de US$ 8,388 bilhões e Ebitda de US$ 3,378 bilhões.

O Itaú BBA, em relatório assinado por Daniel Sasson, Edgard Pinto de Souza, Marcelo Furlan Palhares e Barbara Soares, também faz boa avaliação da produção divulgada pela mineradora na semana passada.

Os analistas lembram que a produção de finos e minério e pelotas ficou 2% acima das estimativas do banco, assim como o preço médio realizado nos finos de minério, uma vez que o Itaú BBA previa US$ 94 por tonelada.

Como resultado, a projeção do banco para o Ebitda da Vale nos três primeiros meses de 2024 foi elevada de US$ 3,2 bilhões para US$ 3,6 bilhões — embora ainda se mantenha, mesmo com a alteração, cerca de 2% abaixo o realizado pela companhia entre janeiro e março de 2023.

Nas operações de metais básicos, o Itaú BBA destaca que os preços realizados nas vendas de níquel e cobre foram menores que o previsto, resultado, segundo o banco, de uma performance abaixo do esperado para a divisão de metais básicos da mineradora.

A companhia produziu, entre janeiro e março, 81,9 mil toneladas métricas de cobre, uma alta de 22,2% na comparação anual, e 39,5 mil toneladas métricas de níquel, queda de 3,7% frente ao primeiro trimestre do ano passado. A vendas de cobre somaram 76,8 mil toneladas, alta de 22,5%, enquanto as vendas de níquel recuaram 17,5%, para 33,1 mil toneladas.

Em termos de preços, a tonelada de cobre foi vendida, em média, por US$ 7.687, enquanto a tonelada de níquel comercializada teve preço médio de US$ 16.848 no primeiro trimestre.

Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2024/04/22/desempenho-operacional-deve-garantir-bons-numeros-para-a-vale-no-1o-trimestre-dizem-analistas.ghtml

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*