Folha de S. Paulo – O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) anunciou nesta quinta-feira (9) que os desembolsos no primeiro trimestre deste ano somaram R$ 23,3 bilhões, alta de 22% sobre o mesmo período do ano passado.
O lucro líquido recorrente cresceu 59%, para R$ 2,7 bilhões, enquanto o patrimônio líquido aumentou 17,39%, para R$ 155 bilhões, em relação ao primeiro trimestre de 2023.
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Houve também aumento de 68% nas consultas, de R$ 36 bilhões para R$ 61 bilhões; nas aprovações, a alta foi de de 91%, de R$ 12,9 bilhões para R$ 24,7 bilhões.
“É um resultado extraordinário, mostra que a fotografia anterior era boa, mas que o filme era muito melhor. Quando chegamos, havia uma certa passividade, um descrédito em relação à indústria, que foi a que mais cresceu em crédito”, disse Aloizio Mercadante, presidente do BNDES.
“Vamos ter novidades não só na indústria automotiva, mas outros setores vão anunciar grandes investimentos”, acrescentou, sem detalhar os próximos anúncios.
Não houve concentração em nenhum setor, com aumento de 50% para a agropecuária, de 189% para a indústria (partindo de uma base pequena), de 65% para comércio e serviços e de 97% para infraestrutura.
Todos os segmentos da economia foram contemplados com aumento de aprovação de crédito, de acordo com os executivos. Para as micro, pequenas e médias empresas, o aumento foi de 52%.
A carteira de crédito, que é uma resultante do que se desembolsa, aumentou 8,6%, para R$ 520,4 bilhões, com índice de Basileia de 30,4%. Esse indicador internacional mostra a saúde financeira da instituição, e a tendência é de queda, segundo os executivos do banco.
A inadimplência foi de 0,00001%, com valor nominal de R$ 395 mil.
A carteira de crédito chegou a R$ 520 bilhões no fim de março. O motivo principal foi o aumento nos desembolsos de 22% no período, mas a trajetória de aumento começa no terceiro trimestre do ano passado.
Segundo o banco, US$ 3,18 bilhões foram captados no ano passado, para este ano está previsto US$ 1,67 bilhão. Uma parte desse valor deve ser aprovada apenas no ano que vem.
O banco também aproveitou a divulgação dos resultados para detalhar as medidas de apoio ao Rio Grande do Sul, como a suspensão de pagamentos por 12 meses para empresas sediadas no estado, que está em calamidade, atingido por enchentes.
De acordo com a instituição, as empresas vão poder contar com alongamento dos contratos de financiamentos por um ano, disponível imediatamente e com prazo para solicitação até 31 de outubro de 2024.
O saldo em carteira de operações do tipo é de R$ 22 bilhões, para 56 mil operações. O alívio estimado é de R$ 7,6 bilhões —o valor que o BNDES receberia nos próximos 12 meses.
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