Renovação de ferrovia da VLI avança sob pressão

Valor Econômico – Para além das repactuações das concessões ferroviárias, o governo federal também planeja fazer a renovação antecipada da Ferrovia Centro Atlântica (FCA), operada pela VLI. Para pessoas que acompanham o processo, a expectativa é positiva, mas o projeto tem enfrentado resistências e pressões nas últimas semanas.

A companhia busca prorrogar seu contrato, que venceria em agosto de 2026, por mais 30 anos, em troca de R$ 24 bilhões de investimentos adicionais e outros R$ 5 bilhões em outorgas. Neste momento, a proposta passa por consulta e audiências públicas.

Na semana passada, o processo chegou a ser suspenso por liminar judicial, concedida por juíza da 27ª Vara Federal do Rio de Janeiro, a pedido da Associação Logística Brasil, que questionou a renovação. Porém, logo a cautelar foi derrubada.

Para pessoas que acompanham o processo, há outro desafio central ao projeto: a forte pressão para que seja incluída, no aditivo contratual, a modernização do corredor entre Minas Gerais e Bahia. A empresa indica que o trecho é deficitário, e uma fonte do setor calcula que as obras para expansão e atualização podem chegar ao custo de até R$ 25 bilhões.

Questionada sobre o tema, a VLI afirma que hoje estão em discussão diversas alternativas para esse corredor: “manter a operação no formato atual, com a VLI; manter a operação com a VLI, em um formato diferente; licitação do trecho para outro operador; chamamento público para um novo operador, dentro de um novo modelo, como o das autorizações”. A empresa também afirma que enquanto não há definição, “não haverá a interrupção do transporte de carga” no trecho.

Sobre a renovação, a companhia afirma que o projeto é “resultado de um processo maduro” e que as audiências “tiveram ampla participação” e “tom majoritariamente favorável”.

Outra concessão ferroviária com possibilidade de renovação é a Malha Sul, operada pela Rumo. Porém, o processo deverá enfrentar um desafio adicional após o desastre climático do Rio Grande do Sul, neste ano. Parte da estrutura foi destruída pelas chuvas, o que levou à interrupção do fluxo logístico de granéis líquidos e produtos industriais entre o Rio Grande do Sul e os demais Estados da região – evento que deverá dar direito a um reequilíbrio do contrato.

A empresa tem dito que, desde então, as conversas sobre a renovação se tornaram mais complexas, mas que neste momento o foco é resolver os danos na via. Procurada, a Rumo não comentou.

Fonte: https://valor.globo.com/empresas/noticia/2024/10/24/renovacao-de-ferrovia-da-vli-avanca-sob-pressao.ghtml

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