Quatro ferrovias privadas prometidas para o ES não saíram ainda do papel

A Gazeta (ES) – Quase três anos depois do governo federal autorizar a construção de ferrovias privadas, quatro projetos de estruturas ferroviárias previstos para o Espírito Santo ainda não saíram do papel. O Estado tem uma localização privilegiada e propícia para o escoamento de mercadorias de todo o país e também têm vários projetos de construção de portos para os próximos anos, o que fortalece a cadeia logística. Na lista de projetos ferroviários privados, um está previsto para a região Sul do Estado e os outros nas regiões Norte e Noroeste. 

Segundo o Ministério dos Transportes, das quatro ferrovias, em três delas os contratos já estão assinados com a Agência Nacional dos Transportes Terrestres (ANTT) e em fase de licenciamento ambiental em andamento no Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama). São elas:

  • EF 456/030 (São Mateus/ES a Ipatinga/MG), com 431,30 km — Petrocity Ferrovias
  • EF 030 (Barra de São Francisco a Brasília/DF), com  1.188 km — Petrocity Ferrovias
  • EF 352/A01 (Presidente Kennedy/ES – Sete Lagoas/MG) e segunda parte EF 352 (Sete Lagoas/MG – Anápolis/GO), ligando Presidente Kennedy a Goiás, totalizando 1.850 km — Macro Desenvolvimento

Ainda existe o projeto da EF A16 (Colatina/ES – Linhares/ES), da empresa Morro do Pilar Minerais, com 100 quilômetros de extensão, que ainda não teve o processo de licenciamento ambiental iniciado. Nesse projeto, a ferrovia será destinada ao transporte de minério de ferro e outros produtos, com um investimento estimado de R$ 1 bilhão.

No projeto da Petrocity do segmento entre São Mateus e Ipatinga (MG), haverá conexão ao Terminal de Uso Privado (TUP) que a companhia planeja administrar no porto capixaba. Com um investimento de R$ 5 bilhões, a empresa pretende ampliar a gama de produtos transportados pelo complexo portuário para incluir grãos e cargas gerais.

Já a EF 030, também da Petrocity, visa a conectar a produção do Centro-Oeste, partindo de Brasília, a Barra de São Francisco, por meio da implantação de 1.108 quilômetros de novos trilhos. O investimento é de R$ 13,5 bilhões.

O CEO da Macro Desenvolvimento, Fabrício Freitas, responsável pelo projeto do ramal viário de Presidente Kennedy a Goiás, detalha que a ferrovia será chamada de Ministro Alysson Paolinelli, por ser considerado pai do agronegócio. “A ferrovia será focada em atender a minério e agro, mas principalmente produtos do agronegócio, como grãos, fertilizantes e carga geral”, explica.

O Estado hoje conta com ferrovias de concessão federal, como a Estrada de Ferro Vitória a Minas, ligando Belo Horizonte à capital capixaba. O trecho da Ferrovia Centro Atlântica (FCA) no Estado já foi utilizado no passado e hoje está em processo de devolução pela operadora VLI no processo de renovação da concessão. Ainda há o projeto em andamento, também federal, da EF 118, que vai ligar o Espírito Santo ao Rio de Janeiro. Serão 577,8 km de extensão interligando os complexos portuários dos dois estados.

Segundo informações da ANTT, a ferrovia que deve iniciar as obras primeiro é a EF 030, que vai ligar Barra de São Francisco a Brasília. A data estimada para o começo dos trabalhos é outubro de 2025, com operação prevista para iniciar quatro anos depois. Em seguida, aparece a Estrada de Ferro São Mateus a Ipatinga, com previsão de obras para janeiro de 2026 e início de atividades em março de 2029.

Fonte: https://www.agazeta.com.br/es/economia/quatro-ferrovias-privadas-prometidas-para-o-es-nao-sairam-ainda-do-papel-1024

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