Metrô CPTM – Antecipada após o interesse demonstrado pela construtora espanhola Acciona, a Linha 16-Violeta poderá ser leiloada já em novembro.
A previsão foi feita pelo diretor da empresa, André De Angelo, ao jornal Folha de São Paulo nos últimos dias.
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Segundo o executivo, a Acciona deve entregar os estudos preliminares do ramal de metrô em maio e então o governo do estado avaliará as condições para lançar o edital de concessão.
Nesses seis meses entre a entrega dos quatro estudos e o leilão será preciso definir a modelagem do projeto, realizar uma consulta pública e também audiências públicas para colher sugestões, além de rodadas de apresentação para potenciais interessados.
Se tudo correr como esperado, o contrato de concessão pode ser assinado no primeiro semestre de 2026 e os primeiros passos serem dados ainda durante a gestão do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).
São ações como desapropriações e o desenvolvimento do projeto executivo, necessário para que as obras civis possam de fato começar.
Segundo De Angelo, a obra deve levar cerca de sete anos, ou seja, no cenário exposto acima, a Linha 16-Violeta ficaria pronta em torno de 2033.
Traçado proposto precisa ser aprovado
A Linha 16-Violeta surgiu no final da década passada como uma alternativa à extensão leste da Linha 6-Laranja, então nas mãos da concessionária Move SP, que havia suspendido as obras do ramal por falta de dinheiro.
O Metrô propôs um trajeto que começava na estação Oscar Freire, cortava o bairro de Jardim Paulistano, subia até a estação Paraíso, passava pelo bairro da Aclimação e então seguia um caminho similar ao da Linha 6 na Zona Leste.
Mas em vez de terminar em Cidade Líder, a opção foi levar a Linha 16 até Cidade Tiradentes, para dividir a demanda com a Linha 15-Prata.
O projeto diretriz preparado pelo Metrô propunha o uso de um tatuzão de grandes dimensões, capaz de escavar as plataformas de algumas estações, além de uso elevadores de alta capacidade e trens capazes de operar em rampas de até 5%. A ideia era tornar a Linha 16 mais barata de ser implantada.
A Acciona, no entanto, enviou uma pré-proposta ao governo em que prevê reutilizar seus dois tatuzões e construir o ramal em um trecho mais central, entre Oscar Freire e Abel Ferreira, com 16 km e 15 estações.
A chegada à Cidade Tiradentes ficaria para uma segunda fase a ser acertada com o governo do estado.
A empresa espanhola também mudou o trajeto na região central, afastando a Linha 16 da Linha 6, do qual é a principal sócia na concessionária Linha 6.
No novo traçado, o ramal segue mais ao sul dos bairros do Ipiranga e Aclimação, chegando à estação Ana Rosa e então voltando ao caminho original próximo ao Parque do Ibirapuera.
Sondagens de solo por conta própria
O interesse da Acciona é tão grande que a empresa iniciou sondagens de solo desse trajeto já no ano passado, antes mesmo de receber o aval do governo.
Em janeiro, a Secretaria de Parcerias em Investimentos autorizou o ressarcimento de até R$ 42 milhões à Acciona para aprofundar os estudos do ramal.
A despeito disso, a empresa terá de disputar a concessão com outros participantes, embora leve vantagem por conhecer como nenhuma outra os meandos do projeto.
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