Valor Econômico – A Cosan finalizou o quarto trimestre de 2024 com um prejuízo de R$ 9,3 bilhões, ante lucro de R$ 2,36 bilhões apresentado no mesmo período de 2023, segundo informações do balanço auditado divulgado nesta segunda-feira (10).
Assim como havia sido informado no balanço não auditado da companhia ao final de fevereiro, o prejuízo é explicado, principalmente, pela baixa contábil de R$ 4,7 bilhões do investimento da companhia na Vale e pela provisão de R$ 2,9 bilhões relacionada ao prejuízo fiscal em face de “uma incerteza quanto à geração futura de lucro tributável”, esclareceu a Cosan.
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Excluindo esses e outros efeitos, o prejuízo do trimestre teria sido de R$ 1,6 bilhão, menor quando comparado ao total reportado, mas ainda assim impactado pela redução dos resultados das controladas Raízen e Compass.
O resultado financeiro da Cosan também pesou negativamente, sendo uma despesa de R$ 2,16 bilhões, ante o resultado positivo de R$ 26 milhões um ano antes. A piora é explicada pelo aumento do custo da dívida, derivado das taxas de juros mais altas, e pela marcação a mercado negativa do “Total Return Swap” (contrato de derivativo que estabelece a troca de um ativo no futuro por crédito com a cobrança de uma taxa de juros).
O resultado antes dos juros, impostos, depreciação e amortização (Ebtida, na sigla em inglês) da Cosan ficou negativo em R$ 5,16 bilhões, ante o resultado positivo de R$ 2,63 bilhões um ano antes, também explicado pela baixa contábil na Vale.
Ao fim de dezembro, a companhia tinha uma dívida líquida de R$ 64,14 bilhões, comparada à dívida de R$ 59,72 bilhões ao final de setembro.
No ano de 2024, o prejuízo foi de R$ 9,4 bilhões, enquanto que em 2023 a companhia reportou lucro de R$ 1,09 bilhão. As perdas no ano passado são explicadas pelos mesmos motivos citados anteriormente além do impacto na Rumo da baixa contábil da Malha Sul, decorrente dos eventos climáticos no Rio Grande do Sul.
“Desconsiderando esses impactos, o resultado do ano foi um prejuízo de R$ 909 milhões, uma redução de R$ 2 bilhões versus o ano anterior, reflexo, principalmente, do menor resultado em Raízen”, destacou a companhia.
A auditoria independente, realizada pela BDO, não identificou questões materiais negativas no balanço da Cosan e apresentou um parecer sem ressalvas.
Participação na Vale
Em 31 de dezembro de 2024, a Cosan detinha participação direta de 4,15% e 1,43% de participação via derivativos sobre o capital total votante da Vale. De acordo com a companhia, a contribuição líquida da Vale no resultado da Cosan, no trimestre, foi negativa em R$ 5,1 bilhões, reflexo da baixa contábil realizada.
Em 16 de janeiro de 2025, a Cosan vendeu sua participação na Vale, correspondentes a 4,05% do capital social votante, por R$ 9 bilhões, “caracterizando a não recuperabilidade do valor contábil do investimento”.
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