Renovação pode render R$ 25 bilhões a ferrovias

O Brasil já
teve 32 mil quilômetros de ferrovias, mas hoje apenas 14 mil quilômetros são
operacionais. Um maior uso das ferrovias para o transporte de cargas poderia
reduzir significativamente os custos, a emissão de gás carbônico e os acidentes
no trânsito, que causam a morte de 37 mil pessoas por ano. O assunto foi tema
do debate do evento “E agora, Brasil?”, promovido pelos jornais
“O Globo” e Valor, em 26 de julho.

“É
preciso aproveitar a experiência passada, aprimorá-la e investir. Mas a
ferrovia foi sendo deixada de lado”, frisou o ex-ministro dos Transportes
e presidente da Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR),
César Borges.

De acordo
com Paulo Resende, da Fundação Dom Cabral, em 2002, o valor dos ativos de
infraestrutura brasileira, incluindo as ferrovias, equivalia a 22% do PIB. Hoje
está em 12%. Em termos de comparação, no Japão essa proporção é de 65%, e nos
Estados Unidos, de 50%. E o governo Donald Trump já considera um grande gargalo
a recuperação da infraestrutura americana, disse Resende. “Ou seja, em 15 anos,
mesmo com investimentos da iniciativa privada e dos programas do governo
federal, nós tivemos uma desvalorização jamais vista entre as principais
economias do mundo”, afirmou Resende.

O diretor
presidente da Arteris, David Díaz, lembrou que na Espanha a maior parte das
vias ferroviárias é deficitária em resultado operacional, mas a atividade cria
muitos empregos. Na visão de Díaz, não dá para olhar a infraestrutura de forma
isolada, “porque os projetos trazem muitos empregos e, a longo prazo, há
um efeito multiplicador”.

Na pauta do
país para as ferrovias, o governo federal espera concluir ainda este ano a
renovação antecipada de concessões, em troca de novos investimentos. Isso
porque, sem a participação da iniciativa privada, a União não tem como investir
nesse setor.

A
expectativa é concluir os projetos, que dependem do aval do Tribunal de Contas
da União (TCU). Mesmo com a mudança de presidente, não seria possível reverter
o processo. Em contrapartida, as empresas se comprometem a investir R$ 25 bilhões
no setor ao longo dos contratos.

Serão
renovados antecipadamente, por mais 30 anos, cinco concessões: Malha Paulista
(Rumo), as ferrovias da Vale (Vitória-Minas e Estrada de Ferro Carajás), MRS
(Malha Regional Sudeste) e Ferrovia Centro Atlântica (FCA).

“O
Programa de Parcerias de Investimento (PPI) tem condições de aprimorar as
concessões de infraestrutura do passado” – disse Adalberto Vasconcelos,
secretário do PPI.

 

Fonte: https://www.valor.com.br/brasil/5705633/renovacao-pode-render-r-25-bilhoes-ferrovias


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