Os estados de Mato Grosso e Goiás
garantiram, por meio do Governo Federal, que a primeira etapa da Ferrovia de
Integração do Centro-Oeste (FICO) comece. O projeto total da ferrovia liga
Goiás até o estado de Rondônia, começando por Campinorte (GO), passando por
Água Boa (MT), Lucas do Rio Verde (MT) e Vilhena (RO), e terminando em Porto
Velho (RO). A primeira etapa é a que liga Campinorte a Água Boa.
A garantia desta primeira parte é
considerada uma vitória para o setor de infraestrutura e logística da
Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), já que os
governos do Pará e do Espírito Santo exigiam que os recursos garantidos para
FICO permanecessem em ambos os estados.
“O recurso para a primeira etapa da
FICO está vindo das prorrogações de concessões das ferrovias do Carajás (Pará e
Maranhão) e da Vitória-Minas (Minas Gerais e Espírito Santo), que gerarão cerca
de R$ 4 bilhões. Tanto o Pará quanto o Espírito Santo estavam requerendo o
recurso, mas o Governo Federal, por meio do presidente Michel Temer, entendeu
que é muito importante priorizar, neste momento, a FICO. De acordo com o
Governo, outras soluções serão buscadas para o Pará e o Espírito Santo”,
explica o diretor executivo do Movimento Pró-Logística e consultor da Aprosoja,
Edeon Vaz Ferreira.
Ainda, conforme dados do Movimento
Pró-Logística, a FICO trará um alívio significativo para o escoamento de grãos
do Vale do Araguaia, região ao Leste de Mato Grosso. “Com a ferrovia pronta,
será possível o escoamento de parte da produção do Vale do Araguaia para
Ferrovia Norte Sul, permitindo que sejam acessados os portos de Itaqui (MA), no
Norte do país, e Santos, no Sudeste. A FICO também permitirá uma redução de
custos com frete de aproximadamente 25%”, completa Ferreira.
Para o ministro da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, “o Vale dos Esquecidos, como se chamava
a região, se tornará o Vale da Prosperidade”. Ainda de acordo com Maggi, “a
FICO é uma ferrovia que nasceu em 2009, e com as forças políticas de Mato
Grosso, fomos discutindo como chegar com a ferrovia no Estado. Todos nós
trabalhamos para fazer a Fico que ficou adormecida de 2009 até agora, porque nunca
houve recursos, não tinha um projeto para ser executado financeiramente, mas
agora com os recursos garantidos, o sonho sairá do papel”.
O presidente da Aprosoja, Antonio
Galvan, defende a construção do trecho de Campinorte a Água Boa como prioridade
para a logística do Estado de Mato Grosso. Para Galvan “os recursos já estão
garantidos para esta obra pelo governo federal, e outra solução deverá ser
buscada para os estados do Pará e Espírito Santo. A obra é de vital importância
não só para a região leste, que tem sua produção de grãos aumentando a cada
ano, mas também, para o próprio Estado”.
Números – Segundo dados do Instituto
Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a produção de soja e milho na
Região Leste de Mato Grosso na safra 2016/17 foi de 19,85 milhões de toneladas,
o que representa 32% da produção do Estado. A produção desta região cresce a
cada ano e até 2025 poderá alcançar 29 milhões de toneladas entre soja e milho.
A FICO, segundo o Movimento
Pró-Logística, terá uma capacidade inicial de 10 milhões de toneladas neste
primeiro trecho.
Andamento – Segundo o Governo Federal,
o Estudo e o Relatório de Impacto Ambiental (EIA-RIMA) e o Projeto Básico desta
primeira etapa da FICO foram contratados pela Valec. O trecho conta com a
licença prévia 493/2014.
A expectativa é que o primeiro trecho
da Ferrovia de Integração Centro-Oeste esteja pronto em 4 anos, em função do
período para elaboração do projeto executivo e da licença de instalação.
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