A norte-americana Caterpillar deve começar a produzir no primeiro trimestre do ano que vem um novo modelo de locomotiva em sua fábrica instalada em Sete Lagoas (região Central do Estado). O diretor-geral da Progress Rail Services (PRS) no Brasil, braço do setor ferroviário da multinacional, Carlos Roso, não revela o valor investido no desenvolvimento da máquina, mas explica que ela sairá da linha com um índice inicial de 60% de nacionalização.
O modelo diesel-elétrico, explica Roso, será inédito no país, uma vez que trata-se de uma tecnologia de locomotiva de bitola estreita e de corrente alternada. “Provavelmente no quarto trimestre do próximo ano, lançaremos um terceiro protótipo que também será produzido em Sete Lagoas”, acrescenta.
Roso revela, ainda, que a empresa vem negociando com o governo federal planos para a renovação da frota ferroviária do país, o que pode criar uma demanda de 600 a 1,8 mil locomotivas. “Estamos conversando e se isso for feito, manteremos nossa capacidade de investimento e de desenvolvimento de novas tecnologias”, diz.
A previsão da empresa é encerrar este exercício com cerca de 70% da capacidade ocupada, graças às encomendas fechadas desde sua inauguração, em novembro de 2012. Para o ano que vem, a multinacional projeta um crescimento de receita próximo de 20% na comparação com a deste exercício.
Entre os clientes da unidade da Caterpillar de Sete Lagoas estão a mineradora Vale S/A, a MRS Logística S/A e a Ferrovia Centro-Atlântica (FCA, controlada pela Vale), além de outras concessionárias brasileiras. A planta recebeu investimentos de US$ 70 milhões e tem capacidade para fabricar 90 máquinas por ano. Atualmente, a unidade fabrica o modelo da marca Electro-Motive Diesel (EMD), uma subsidiária da PRS.
A planta é operada pela MGE Equipamentos e Serviços Ferroviários Ltda, também do grupo Caterpillar, e foi instalada em um terreno pertencente à FCA. À plena carga, as operações na unidade devem gerar cerca de 500 empregos diretos e hoje, segundo Roso, já são empregados cerca de 200 trabalhadores.
Durante a cerimônia oficial de inauguração da fábrica, executivos da empresa afirmaram que, caso as encomendas continuem em ritmo aquecido, a área de produção original, de 110 mil metros quadrados, poderá ser ampliada. A expectativa positiva se deve ao pacote de investimentos de R$ 91 bilhões, anunciado pelo governo federal em agosto do ano passado, na construção de 10 mil quilômetros de ferrovias nos próximos anos.
Conforme o presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), Bernardo Figueiredo, Minas deve receber grande parte destes aportes. Segundo ele, dos R$ 91 bilhões, pelo menos R$ 30 bilhões devem ser direcionados para ramais ferroviários que cortam o Estado, chegando a um total próximo de 3 mil quilômetros de trilhos.
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