O cronograma para a implantação de quatro ferrovias em Santa Catarina, incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) anda “fora dos trilhos”. As obras de dois contornos ferroviários em Joinville e São Francisco do Sul, no Norte, começaram quando já deveriam estar prontas.
Os projetos executivos das Ferrovia Litorânea, que ligará Imbituba, no Sul, a Araquari, no Norte; e da Ferrovia Leste-Oeste, entre Itajaí e Chapecó, também estão atrasados conforme o primeiro prazo do governo federal. As ferrovias são importantes e urgentes para as regiões porque facilitarão o escoamento da produção agrícola e industrial.
A situação é mais crítica na implantação da Ferrovia Leste-Oeste, conhecida como a Ferrovia do Frango pelo potencial que teria em escoar o produto mais exportado de Santa Catarina.
Empresários do Oeste catarinense esperam há anos para escoar a produção pelos trilhos, mas a julgar pelo último balanço do PAC, que a classificou como “prioridade muito baixa”, a espera vai continuar.
No cronograma do governo federal, a licitação para o desenvolvimento do projeto executivo deveria ter sido lançada em setembro de 2009. Mas o processo ocorrerá somente um ano depois, a partir de setembro de 2010.
O anúncio que o traçado seria ampliado até Dionísio Cerqueira, em uma ligação direta com a Argentina, foi feito pela parlamentar Ideli Salvatti há um ano, em uma das vistorias no trecho Sul da BR-101, em Imbituba.
Apesar da divulgação, o edital de licitação para a elaboração do estudo e relatório do impacto ambiental (EIA/Rima) que deveria ter sido feito em agosto de 2009, foi publicado há cerca de 10 dias. De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura (DNIT), a demora ocorreu por causa da ampliação do projeto.
O traçado ainda não está definido e já é objeto de discussão. O deputado estadual Edinho Bez propôs, em 2008, uma mudança que não agradou moradores de Curitibanos, na Serra, porque o município cederia o lugar na rota para Ponte Alta. A mudança será definida só depois da conclusão do projeto executivo.
Já a Ferrovia Litorânea que interligará os portos catarinenses, também está atrasada. A previsão era que a ferrovia entrasse em operação em 2011. Serão 235 quilômetros entre Imbituba e Araquari, com a incorporação da Ferrovia Tereza Cristina (entre Tubarão e Imbituba) ao sistema ferroviário nacional.
O estudo de viabilidade ficou pronto em 2002 e foram feitas 45 simulações de traçados em um convênio entre o Estado e o Ministério dos Transportes. A ideia era lançar o edital de licitação do projeto em dezembro de 2007. Até agora, o projeto não ficou pronto. Deveria ser concluído em dezembro, mas o prazo foi adiado para maio.
O Dnit esclarece que o prazo poderá ser prorrogado se houver a necessidade de aprimoramento de estudos. A partir daí, estima-se mais três anos para executar a obra.
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