Artigo: Que voltem os trens

José Sebastião Bastos *


Há muito que se fala na volta dos trens, principalmente nesta fase eleitoral, cuja circulação se anuncia por todos aqueles que o preferem como meio de transporte, para o percurso de grande distância. Também esperamos com ansiedade a instalação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em nossa capital, o que muito beneficiará nossa cidade, além de contribuir para a atividade turística de Maceió.


Todos sabemos que o VLT é conhecido nas cidades europeias como bonde, que nos deixou muita saudade. Maceió deverá ser a primeira capital deste País a ter o VLT. Em seguida, João Pessoa e Natal. Ainda bem.


Voltando ao trem que é um veículo evidentemente aconselhado para os países continentais. Daí a razão pela qual os Estados Unidos, logo após sua Independência, adotaram sistematicamente comboio ferroviário, cujas linhas cortam o País em todas as direções, levando o progresso a toda a Nação, como um todo geográfico. Naturalmente, que aconteceram protestos, surdos, contra a preferência estadunidense ao ser adotado o transporte ferroviário, ligando as partes estratégicas da jovem Nação.


Não tivesse o governo norte-americano, à época, agido energicamente contra o abuso dos proprietários retrógrados que conspiravam contra as ferrovias, a Nação americana não teria atingido o grau de progresso que hoje desfruta. De forma que as estradas de ferro estadunidenses constituem uma espécie de espinha de peixe, ligando o oeste com o leste americano.


Além dos Estados Unidos da América, a Europa também é hoje percorrida em toda a sua extensão por caminhos de ferro que constituem um sistema de ligação por inúmeros rios que percorrem alguns países da Europa, sem falar nas suas excelentes auto-pistas que cruzam o todo o continente europeu.


Vale mencionar, também, aquele extraordinário túnel sob o Canal da Mancha, que é percorrido por cerca de 24 horas de viagem, entre a França e a Inglaterra.


No Brasil já se fala na instalação do trem-bala, fazendo o percurso entre o Rio-São Paulo e Campinas.


Os trens de carga que circulam pela China têm a velocidade de aproximadamente 200 km/h.


Se verdadeiro, esperamos que sim, temos motivo de júbilo, ao saber que os trens estão para voltar ao Nordeste brasileiro, resolvendo, em grande parte, nossos tradicionais problemas de transporte, quando sabemos que o nosso País, com uma extensa costa marítima, os governos teimam em não aproveitá-la.


Daí a razão por que não evitamos proclamar os transportes ferroviários como base fundamental das viagens, principalmente, entre Alagoas e Pernambuco, os quais foram retirados inoportunamente. Que voltem os trens.


(*) José Sebastião Bastos é procurador do Estado de Alagoas

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Fonte: Gazeta de Alagoas

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