A ALL iniciou testes para o transporte ferroviário de contêineres, empilhados no sistema double deck, entre o Planalto e o Porto de Santos. O resultado das avaliações permitirá à empresa identificar a necessidade de alterações na infraestrutura de acesso ao complexo para permitir a passagem dos cofres.
O presidente da concessionária, Bernardo Hees, destacou que os estudos ainda estão em uma fase muito inicial, mas servirão de base para a empresa buscar parceiros para a ampliação da movimentação de contêineres para o cais santista.
Os testes estão sendo feitos entre as regiões de Araguaiana e de Evangelista, antes da descida da Serra para chegarem Santos. Neste trecho, a ALL tem movimentado experimentalmente dois contêineres, um empilhado sobre o outro, o chamado double deck, por vagão-plataforma. A prática já existe em diversos portos do mundo, principalmente os asiáticos, mas para viabilizá-la os terminais precisam de equipamentos especiais para descarregamento.
Cada contêiner leva, em média, até 27 toneladas de pesa. O que vai por vagão é muito maior. Portanto, não há o menor problema em fazer um contêiner sobre o outro, admitiu o presidente, que garantiu também que não há perda de velocidade nas composições por causa do empilhamento.
Hees não estimou, porém, qual o prazo para a conclusão dos estudos e tão pouco se será possível implementar o modelo de transporte até o cais santista. Segundo ele, o principal obstáculo são os túneis existentes na Serra, a partir de Evangelista, que, por causa da altura, não possibilitam a passagem do doble deck.
O aumento na operação de contêineres é uma das metas da ALL. Segundo o presidente, o crescimento verificado no segmento no ano passado dá mostras disso. Em 2008, a empresa registrou uma ampliação de 16% nessa movimentação.
Para Hees, o contêiner era incipiente na operação ferroviária porque a infraestrutura dos portos para tal atendimento era ruim. Segundo ele, nos principais terminais de Rio Grande (RS) e Paranaguá (PR), não havia desvio ferroviário. Agora, todos têm acesso. Se crescemos 16% em 2008, agora queremos crescer 50% em 2009. Queremos tirar os caminhões das estradas.
Seja o primeiro a comentar