Após a compra da Brasil Ferrovias (Novoeste, Ferroban e Ferronorte) pela ALL (América Latina Logística), o atual presidente da Brasil Ferrovias, Elias Nigri, disse por telefone ao Bom Dia que estão previstos investimentos de R$ 1 bilhão em cinco anos para locomotivas, vagões e na revitalização da via permanente dos trechos de bitola larga e estreita.
“A maior parte desse dinheiro deverá ir para a Novoeste e a Ferroban, que precisam de investimentos maiores”, disse o executivo.
O negócio foi fechado no final da tarde ontem no Rio de Janeiro e prevê o pagamento de R$ 1,405 bilhão em ações da própria ALL para os fundos pensão Funcef (Caixa Econômica Federal), Previ (Banco do Brasil) e o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
O acordo ainda será submetido à ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) e à Secretaria de Previdência Complementar.
A ALL é a única ferrovia de capital aberto na Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) e entre 2004 e 2005 ela captou mais de R$ 1,2 bilhão com suas ações.
Novoeste cumprirá missão estratégica
A ALL afirmou ontem que pretende priorizar a participação da ferrovia no porto de Santos, que nos últimos dois anos foi de 30%, o menor índice entre os principais portos exportadores de grãos do país.
“Nossa capacidade de intermodalidade e atendimento às cargas industriais será levada aos clientes da Brasil Ferrovias em toda a região de São Paulo”, diz Bernardo Hees, presidente da ALL.
A união da ALL e da Brasil cria um corredor ferroviário de 20.495 mil quilômetros de extensão, incluindo sua malha de 8 mil quilômetros na Argentina.
Planos
Ontem, não foram divulgados detalhes sobre os planos da ALL para as ferrovias adquiridas, porém a empresa manifestou o interesse de no, Mato Grosso do Sul, usar a Novoeste como fator decisivo para a viabilização do pólo gás químico e da reserva mineral de Corumbá, e também para permitir a ligação bioceânica entre os Portos de Santos (Brasil) e Antofogasta (Chile).
No trecho de bitola larga, Ferroban e Ferronorte, a empresa deve aumentar o transporte de soja, farelo, fertilizantes, derivados de petróleo, açúcar, pellets e milho.
“O país ganha com a perspectiva de resolver um de seus principais gargalos logísticos, uma vez que a integração das companhias gera maior capacidade de investimentos”, diz Guilherme Lacerda, presidente do Conselho da Brasil Ferrovias.
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