O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Demian Fiocca, afirma que a instituição deve dar um salto em relação aos empréstimos efetuados pelo cartão BNDES, devido a maior adesão dos bancos privados. “Há interesse de mais um, o Unibanco, que está preparando sua área de informática para poder participar. A nossa expectativa é que vão aumentar os empréstimos concedidos ”, declara.
Fiocca disse também sobre os avanços do Brasil nas áreas de energia elétrica, transportes ferroviários e petróleo. O avanço registrado, na opinião dele, vem corrigir, em parte, uma distorção na distribuição de cargas, pois o Brasil tem uma concentração excessiva no transporte rodoviário, quando para muitos produtos de grande peso e volume, a grandes distâncias, a ferrovia é mundialmente mais adequada.
DCI – Apesar do crescente volume de empréstimos, que pode chegar a R$ 200 milhões este ano, o cartão BNDES ainda é repassado por um número pequeno de bancos, não é?
Demian Fiocca – O cartão BNDES é um produto novo, e quando começou, apenas um pequeno número de bancos aceitou participar. Em 2003, foram o Bradesco, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal. Quando ele começou a dar volume, os outros bancos, que de início não viam grande interesse, passaram a se interessar mais. A nossa área de operações indiretas, que faz o relacionamento com os bancos, vai atrás deles para acrescentar mais bancos a essa linha. Agora, é voluntário. Há interesse de mais um, o Unibanco, que está preparando sua área de informática, e a nossa expectativa é que vai aumentar, seja por conta da competição (o produto está crescendo e poucos bancos participam), seja porque num ambiente de estabilidade econômica, como o que a gente está agora, eu acredito que os bancos devem procurar dar empréstimos e reduzir as operações de tesouraria (feitas para o capital da própria instituição financeira).
Existem outros indícios dessa prioridade?
Fiocca – Outro ponto da prioridade do banco para as pequenas e médias empresas é o das linhas indiretas. Aquelas que seguem o nosso padrão, que precisa ter ou a compra de um equipamento já pré-cadastrado na Finame ou um pequeno projeto de investimento, a nossa prioridade se expressa pela cobrança de um spread (taxa prêmio) baixo (a gente cobra 1% ao ano apenas, depois o banco repassador cobra o seu), e fizemos alguma flexibilização também dos critérios de garantia. O banco repassador, como ele assume o risco de crédito, ele pode escolher a modalidade de garantia.
Há pouca burocracia, então.
Fiocca – Sim, o cartão tem conseguido crescer em parte, também, porque ele é um crédito muito simples: é um crédito pré-aprovado, e para nós não inclui risco algum. E não tem burocracia: os bancos repassadores podem fazer empréstimos usando seus próprios critérios, até mesmo o de relacionamento, se confiam no empresário, sem necessidade de garantia específica; nem o plano de investimentos, que é a exigência típica do BNDES. O que nós fizemos foi um cadastro, um catálogo de produtos, que são associados ao investimento. Para esses produtos, os bancos repassadores podem financiar com a linha do cartão. É uma modalidade bem mais simples para o empresário: ele entra pela Internet, solicita o crédito, e vários bancos analisam se concedem ou não. Inclusive, o empresário pode conseguir mais de um crédito: o Bradesco pode conceder um tanto, e o Banco do Brasil mais um tanto. E com base nisso, pode comprar qualquer um daqueles produtos listados. Como não há uma verificação mais detalhada do investimento, o que nós fizemos é que os juros do cartão, ainda que sejam mais baixos que os praticados pelo mercado, são iguais aos juros que ele receberia caso aplicasse aquele dinheiro por um ano no mercado de atacado. Com isso não há possibilidade do tomador arbitrar: pegar o crédito e aplicar o dinheiro no mercado, por
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