O Ministério dos Transportes e a América Latina Logística (ALL) pactuaram ontem, em cerimônia em Brasília, a construção do novo trecho da Ferrovia Senador Vicente Vuolo ligando o município de Alto Araguaia até Rondonópolis. No aditivo ao contrato de concessão fica estabelecido o prazo até o final de 2010 para a entrega do empreendimentos. A previsão é que as obras comecem no segundo semestre de 2008.
A construção é orçada em R$ 500 milhões, abarca 265 km e é uma das obras embutidas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O aditivo foi assinado ontem pelo ministro Alfredo Nascimento e o presidente da ALL, Bernardo Reis, com a presença de deputados federais de Mato Grosso e líderes do Fórum Pró-Ferrovia. De acordo com o presidente da entidade, vereador Francisco Vuolo, a assinatura também aumenta as expectativas de que os trilhos da ferrovia cheguem, num segundo momento, até Cuiabá.
Ele explica que a apresentação do estudo e relatório de impacto ambiental (Eia/Rima) de Rondonópolis à Capital é uma das exigências no projeto de financiamento protocolado pela ALL junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a liberação do aporte financeiro às obras até Rondonópolis. “Vamos acabar com a polêmica de alguma alteração no traçado. Temos nessa assinatura o início da materialização de um sonho”, declara Vuolo.
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Fagundes destaca que as articulações se seguirão para que a ferrovia se estenda o máximo e o mais rápido possível por vários municípios do Estado. “Queremos que a ferrovia chegue a Cuiabá e corte todo o Mato Grosso. Por enquanto, com a expansão até Rondonópolis, já teremos à economia regional um pouco de alívio em relação às estradas”, observa, em alusão tanto à sobrecarga nas rodovias quanto ao preço mais caro pago pelos produtores no frete rodoviário na comparação com os valores praticados pela ferrovia.
Fagundes ainda lembra que o aumento gradual no volume físico movimentado pela ferrovia ampara a viabilidade da expansão dos trilhos em Mato Grosso. Em 2008, a ALL trabalha com a meta de transportar um total de 10 milhões de toneladas em cargas. A concessionária já havia sinalizado a construção do trecho até Rondonópolis. Contudo, brechas no próprio contrato de concessão não amarravam prazos à realização das obras.
O mesmo fator já fez com que a empresa usasse de uma pedida encarada como clara barganha política envolvendo o projeto de extensão até Cuiabá. No ano passado, a diretoria da ALL manifestou ao governo federal que investiria no trecho, desde que contratos de outras ferrovias no país controladas pela empresa fossem renovados para 90 anos de vigência.
Embora o contrato original da ferrovia, nominada até recentemente como Ferronorte, assinado em 1989 inclua a Capital nos trilhos, aditivos posteriores modificaram por completos os prazos estabelecidos inicialmente. Um deles pregava a construção, no prazo máximo de 30 meses, do trecho entre Aparecida do Taboado (MS) e Alto Taquari (MT). Nenhuma determinação regia até ontem os investimentos adiante.
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