O ramal Santos-Cajati deve voltar a operar integralmente em novembro de 2010, com projeção inicial para operação de 1,91 milhão de toneladas de carga por ano, além das projeções iniciais da América Latina Logística (ALL), concessionária da ferrovia, que era de um volume mínimo de 1,5 milhão de toneladas/ano, para a reativação. O valor dos recursos a serem investidos na reativação também foi revista. Antes, estimado em cerca de R$ 83 milhões, passou para aproximadamente R$ 98 milhões, depois que técnicos da Agência Nacional de Transportes Terrestre (ANTT), órgão federal que regulamenta o setor, e da concessionária vistoriaram os cerca 220 km de linha: o dinheiro será aplicado na recuperação da infraestrutura (construção de pontes, substituição de trilhos, compra de vagões), aquisição de materiais e serviços.
A atualização dos dados foi apresentada em novo encontro na sede da ANTT, em São Paulo, articulado pelo deputado estadual Samuel Moreira, líder do PSDB na Assembleia e coordenador da Frente Parlamentar Pró-Ferrovias. Participaram representantes da agência, da concessionária e de empresas que são potenciais operadoras de carga pela ferrovia Santos-Cajati, que apresentaram estimativas de carga a serem transportadas: além da Fosbrasil, Cimpor, Pirâmide, Bunge, Basalto Estrutural/Jaracatiá, há possibilidade, ainda, de operar carga de gesso, de Cajati para a Votorantim, em Sorocaba, já que a ALL considerou viável o negócio, em função de haver ponto de descarga em ramal ferroviário na Votorantim.
“Com base em dados das empresas, a ALL começa agora a discutir os contratos comerciais entre elas. As possibilidades de contratação de carga não se esgotaram, pois à medida que avançamos nas conversações e o projeto de reativação se consolida, mais operadores de cargas certamente surgirão”, diz o deputado Samuel Moreira, que já agendou para 5 de maio uma nova reunião. “Nosso objetivo é trabalhar para que o ramal Santos-Cajati volte a operar o mais rápido possível.”
Foi debatido, também, a respeito das passagens de nível que, em algumas cidades, foram eliminadas ou estão prejudicadas, em função de obras de urbanização. Samuel Moreira alertou que essa questão deve ser tratada com as prefeituras. “É possível que haja oposição de algum prefeito. Porém, creio que isso não é obstáculo para o projeto ir adiante, pois a situação deve ser equacionada à medida que a reativação evolua e o tráfego se torne realidade novamente”, afirmou.
O superintendente da ANTT em São Paulo, Marcus Expedito Felipe, referendou o pronunciamento do deputado, dizendo que a agência acumula experiências em problemas do gênero, que são contornáveis, tendo em vista que a ferrovia chegou antes da expansão urbana. Outro tema tratado na reunião foi com relação aos pátios para operações de embarque, desembarque e depósito de produtos. No momento, estão previstos áreas em Cajati, Registro, Juquiá, Miracatu e Samaritá, mas a ALL se comprometeu a fazer avaliação mais detalhada da situação. A concessionária também irá detalhar os projetos de ramais junto às fábricas em Cajati.
A reunião do dia 18 de março contou, ainda, com a presença de Sérgio Nahuz, Ivana Zamuner Spir e Adriano Bernardo (respectivamente diretor de Industrializados, gerente de Relações Corporativas e gerente de Projetos Logísticos da ALL), Nathan (Fosbrasil), Daniel Schumacher (Cimpor), Eduardo Ferrari (Bunge), Alberto Ataliba (Basalto Estrutural) e Marcílio Nagaoka (Pirâmide Mineração).
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