A prefeitura de Curitiba e o governo do estado falaram a mesma língua sobre a construção do metrô, na abertura do 17.º Congresso de Transporte e Trânsito, ocorrida na Uni¬versidade Positivo na noite de ontem. Até o momento, a administração municipal contava apenas com o suporte do governo federal para obter a verba necessária à construção do metrô – principal projeto da capital para a Copa do Mundo de 2014. O governo estadual, apesar de declarar apoio a Curitiba como sede do mundial, não havia sequer mencionado a possibilidade de apoio, atitude corriqueira em outros estados do Brasil, como Rio de Janeiro e São Paulo.
De acordo com o vice-governador, Orlando Pessuti (PMDB), há necessidade de discussão para que o governo se transforme em um dos parceiros na implantação do metrô. “Tivemos encontro ontem sobre esse assunto. Estamos abertos a esse tipo de diálogo. E, dependendo dos avanços, existe a possibilidade de participarmos do projeto”, afirma Pessuti. O prefeito Beto Richa (PSDB) diz que o auxílio ao metrô pode vir de todos os lados. “Não descartamos a participação do governo do estado, também contamos com o apoio das Parcerias Público-Privadas (PPPs)”, diz.
O custo total da obra do metrô gira em torno de US$ 900 milhões – cerca de R$ 1,6 bi¬-lhão. Em um primeiro mo¬¬mento, metade do valor deveria ser repassado pelo governo federal, por meio do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC). Por meio de PPPs ou licitações, outros 32% seriam investidos. Os demais 18% seriam oriundos da própria administração municipal. Até o momento, apenas a última fatia está garantida.
A participação do governo do estado, no entanto, parece estar condicionada à discussão do projeto. Pessuti, por exemplo, defende a construção do metrô de superfície por três motivos. “É mais barato, demanda menor tempo para ser implementado e permite que as belezas de Curitiba sejam vistas”, diz.
Com ou sem definição do projeto, o fato é que há necessidade de correr contra o tempo, pois o ministro do Pla¬nejamento, Paulo Bernardo, já avisou que apenas as obras que comprovadamente possam ser finalizadas até o mundial ganharão apoio federal. Essa é a esperança do prefeito Beto Richa. “A intenção é entregar o metrô completo, do Atuba ao CIC Sul, dentro desse prazo”, avalia o prefeito. Em outros eventos, havia se discutido a possibilidade de entrega até a Praça Eufrásio Corrêa, cerca de metade do itinerário.
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