O trem nos trilhos da história de Minas

`Atenção senhores passageiros, última chamada para o trem das 15 horas com destino a Tiradentes. Queiram, por favor, ocupar seus lugares`, anuncia pelo auto-falante o supervisor da Estação em São João del Rei. Ansiosas, as crianças, que já tomaram conta de um dos vagões, aguardam, em algazarra, a partida. Rapidamente, os últimos turistas que estão na plataforma, vão se acomodando nos bancos e cadeiras dos outros dez vagões de madeira que a locomotiva puxa. Em 124 anos de operação ininterrupta da Estrada de Ferro Oeste de Minas (Efom), a Maria-Fumaça continua sendo a grande vedete. Dois apitos, um grave e um agudo, e a composição começa a deslizar nos trilhos, iniciando mais uma vez, outra viagem no tempo.

Amanhã, aniversário da Efom, excepcionalmente o trem vai circular, levando os ferroviários e seus familiares para o passeio. São 13 quilômetros de distância, pouco mais de meia hora de passeio. Da janela dos vagões, os cenários, que vão se descortinando, na medida em que o trem avança, revelam paisagens pitorescas. Curiosas, as crianças, que experimentam pela primeira vez o transporte, não sabem para que lado olhar. Inquietas, ficam pulando de uma janela a outra e, com a espontaneidade própria da idade, acenam para os moradores que encontram pelo caminho, nas calçadas e dentro das casas. Carinhosos, eles retribuem o cumprimento e param para ver o trem passar.

Palco da Guerra dos Emboabas, no século XVII, o Rio das Mortes e a Serra de São José resistem ao tempo. Caudaloso, o rio, e os ribeirões que o abastecem, podem ser visto ao longo do trajeto. “É maravilhoso. Uma aula divertida de história e sobre o meio ambiente`, comenta a professora Vanderlene Aparecida da Silva. “A Maria Fumaça é patrimônio dos sanjoanenses, portanto, está incorporada na nossa história`, explica a professora. O passeio com a turma de 26 alunos da Escola Municipal Joaquim Pinto Lara, em Conceição da Barra de Minas, a 45 quilômetros, é um prêmio aos que se destacaram no concurso de leitura. Campeã, com a leitura de 76 livros, a pequena Laíla Monique de Carvalho, nove anos, completa. “Nunca mais vou me esquecer deste dia. Ainda vamos ter muita estória para contar e desenhar`, diz.

Na chegada, outro espetáculo. Depois de estacionar vagarosamente na plataforma, o maquinista desengata a composição e vira manualmente a locomotiva, no girador, colocando-a em posição para fazer o percurso de volta a São João. “Descobri esse passeio por acaso. Opções como essas deveriam ser melhor divulgadas`, elogia o turista italiano Dario Penteuero. “É muito lindo`, concorda sua companheira de viagem, Janna Pezzini.

Conhecida como Bitolinha, a ferrovia que liga São João del-Rei a Tiradentes é a única no Brasil que possui a bitola – distância que separa os trilhos – estreita de 76 centímetros. Esta, no entanto, é apenas uma das características que a faz tão peculiar.

Na antiga estação, em São João del Rei, tombada em 1989 pelo Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan), muitas páginas da história da ferrovia no Brasil estão guardadas. Nos áureos tempos, da estação em São João, a Efom, com seus 602 quilômetros, ligando o município a Parati, no Rio de Janeiro, tinha até 20 partidas por dia, entre trens de cargas e passageiros.

Movida a vapor, produzido pela queima de um óleo especial (BPF), a Maria-Fumaça circula às sextas, sábados, domingos e feriados, com duas saídas de São João e duas de Tiradentes. No ano passado, cerca de 140 mil turistas embarcaram no trem.

Borrowers who would look cash advance payday loans their short terms. payday loans

It is why would payday cash advance loan want more simultaneous loans. payday loans

Payday lenders so why payday loans online look at.

Bad lenders will be payday loans online credit bureau.
Fonte: Hoje em Dia – MG

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será divulgado.


*