O setor ferroviário é um dos que apresentam investimentos em alta. Somente este ano, as concessionárias privadas deverão investir R$ 3,7 bilhões, segundo estima a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Mas, para garantir a expansão, as empresas enfrentam o desafio da qualificação da mão-de-obra, de maquinistas especiais à formação de engenheiros ferroviários.
Para pilotar uma locomotiva importada e sofisticada, os maquinistas precisam de um treinamento adicional que, em alguns casos, leva meses. “Estamos trazendo locomotivas de US$ 2 milhões, modernas, que exigem um treinamento de até sete meses, mesmo para um maquinista experiente”, disse o diretor-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça.
Para solucionar o problema, as concessionárias montaram “academias” de treinamento de funcionários. Segundo Vilaça, algumas dessas academias são equipadas até com simuladores – semelhantes aos usados na aviação – para acelerar o processo de qualificação dos funcionários.
A ANTF também já formalizou um pedido especial junto ao Ministério da Educação: quer que as faculdades voltem a oferecer cursos para a formação de engenheiros ferroviários. “Fizemos esse pedido pensando no longo prazo, para termos, daqui a cinco anos, novos profissionais formados no Brasil.”
Segundo o presidente da Associação Brasileira da Infra-Estrutura e da Indústria de Base (Abdib), Paulo Godoy, o crescimento da economia evidencia vários gargalos na infra-estrutura. Um deles é a mão-de-obra especializada. “Não adianta contratar novas equipes. É preciso treiná-las, e isso normalmente demora alguns meses.”
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