A mineradora MMX Amapá Mineração e Logística obteve ontem financiamento de R$ 580,4 milhões do BNDES para implantar um projeto integrado de mineração e logística no Estado do Amapá. Os recursos do banco representam 57% de um investimento total de R$ 1 bilhão.
A empresa é controlada pela MMX Mineração e Metálicos S.A., que detém 70% do negócio e é controlada pelo empresário Eike Batista. A mineradora americana Cleveland-Cliffs é sócia minoritária da MMX Amapá, com 30%. A subsidiária é uma das três empresas que compõem o grupo. As outras duas são a MMX Corumbá e a MMX Minas-Rio.
O BNDES é um fomentador de desenvolvimento que deve ser usado, disse Eike Batista, empresário controlador da MMX, que recebeu ontem a Medalha do Mérito Industrial do Rio de Janeiro, na Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), ao falar sobre o empréstimo do banco, com quem vinha conversando há quatro meses. O financiamento, que será desembolsado ao longo dos próximos dois anos, será feito de forma indireta, através do Banco Itaú.
Os recursos do BNDES vão financiar o desenvolvimento da mina de minério de ferro da MMX, que terá um unidade de beneficiamento com capacidade anual de produção de 6,5 milhões de toneladas/ano no município de Pedra Branca do Amapari (AP). Segundo o gerente de infra-estrutura do banco, José Guilherme da Rocha Cardoso, que visitou o projeto, serão realizados ainda dois investimentos em logística, que vão reformar e adequar a Estrada-de-Ferro Amapá, cuja concessão pertence a MMX Logística do Amapá, e o porto localizado no município de Santana, às margens do Rio Amazonas, que tem a MMX Amapá como sua proprietária. Ferrovia e porto pertenceram à antiga Icomi, do falecido empresário Augusto Trajano de Azevedo Antunes.
Durante entrevista na Firjan, Batista anunciou que acabou de criar a empresa OGX para participar sozinho da 9ª rodada de licitações dos blocos de petróleo e gás a ser promovida pela ANP em 27 e 28 de novembro. Batista pretende investir US$ 500 milhões na nova empresa para explorar óleo e gás.
O empresário disse ainda que pretende reabrir sua siderúrgica de gusa na Bolívia, nos próximos 60 a 90 dias. O governo boliviano me inocentou de todas as acusações que tinha contra mim, afirmou. Do lado brasileiro, em Corumbá, Batista adiantou que já iniciou a produção de gusa da sua fábrica brasileira, que deve chegar a produzir 400 mil toneladas por ano.
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