A MRS está refazendo suas projeções de produção para os próximos anos. A expectativa de transportar 160 milhões de toneladas em 2008 não será atingida, e agora a operadora trabalha com a possibilidade de movimentar 140 milhões de toneladas. A culpa, é claro, é da crise econômica mundial. “A produção da MRS está extremamente vinculada ao setor siderúrgico, logo esta crise nos afeta diretamente”, afirmou o diretor de planejamento e finanças da empresa, Henrique Aché, durante palestra no seminário da feira Negócios nos Trilhos, que acontece até esta quinta-feira (dia 6), no Expo Center Norte, em São Paulo.
A crise atingiu dois dos principais clientes da operadora: a CSN e a Vale, que já anunciou um corte de produção de 30 mil toneladas. Assim, a expectativa de crescer cerca de 20% em 2009 já está sendo recalculada. Aché reconhece que será preciso desacelerar um pouco. “Nos próximos seis ou oito meses não haverá grandes investimentos”, afirma Ache. Em 2007 a operadora investiu R$ 726 milhões e projeta fechar 2008 com R$ 1.086 bilhão, mas em 2009 a MRS prevê queda nos investimentos, sem adiantar valores. “A crise afetou a qualidade das projeções. É complicado falar em previsões agora, já que estamos no olho do furacão. Qualquer previsão que se faça deve ser pessimista ou conservadora”, disse Aché.
A operadora já se adiantou e no momento está renegociando os prazos de alguns contratos, basicamente de compra de vagões. “Estamos conversando com os fornecedores, um a um”, disse o presidente da companhia, Julio Fontana. Dos 1.400 vagões encomendados, 400 já foram entregues. O restante terá o prazo de entrega revisto.
Fontana ressaltou ainda os bons resultados em meio a turbulência e citou um crescimento de 30% em carga geral. Além disso, lembrou que os níveis de produção no transporte de minério de ferro já estavam muito altos, crescendo muitas vezes acima do esperado.
No final da palestra, Ache assegurou: “Não vamos parar de crescer, até porque há novos projetos em implantação”.
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