Vale tem na conta uma série de investimentos, que inclui a compra de material rodante e uma ferrovia que será construída do zero
Assinadas no apagar das luzes de 2020, as renovações antecipadas dos contratos de concessão das ferrovias da Vale – Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e Estrada de Ferro Carajás (EFC) – têm na carteira uma série de investimentos que dão a dimensão do desafio que a Vale tem pela frente. Pelo termo aditivo aprovado pelo Tribunal de Contas da União (TCU), a empresa terá que desembolsar, só em outorgas, cerca de R$ 8,3 bilhões pela prorrogação da EFVM e R$ 2,8 bilhões pela da EFC. Deste valor, R$ 2,5 bilhões serão aplicados na construção de um projeto greenfield, a Ferrovia de Integração Centro-Oeste (Fico), e na compra de trilhos e dormentes para a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), por meio do mecanismo inédito de outorga cruzada.
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Em relação aos investimentos (capex), estão previstos R$ 8,6 bilhões pela Vitória a Minas e R$ 8,1 bilhões pela Carajás, ao longo do novo prazo de concessão das duas ferrovias, que vai até 2057. O programa envolve a compra de componentes para manutenção e aquisição de material rodante (serão, no total, 367 locomotivas, 1.353 vagões e 67 carros de passageiros para as duas ferrovias), obras de duplicação, de demolição de viadutos e de solução de conflitos urbanos. A maior parte dos investimentos previstos com as prorrogações, no entanto, está alocada em sustaining, que são os recursos para manter a ferrovia operando em plena capacidade nos próximos 30 anos.
O volume significativo de investimentos em sustaining se deve aos bons índices de saturação, abaixo do limite de 90% estabelecido pela ANTT, tanto na EFVM quanto na EFC, explica Luiz Eduardo Osorio, vice-presidente executivo de Relações Institucionais e Comunicação da Vale. Ele destaca que esse cenário dá segurança, por exemplo, à projeção da agência de aumento de cerca de 20% no transporte de carga geral de terceiros na Vitória a Minas.
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