Os fundos de pensão Previ e Funcef e o BNDES, principais acionistas da Brasil Ferrovias, com mais de 90% do capital votante, acabam de abrir o processo de venda de suas participações na concessionária. A holding opera duas ferrovias – Ferronorte e Ferroban -, cujos trilhos cortam os Estados de Mato Grosso do Sul e São Paulo e chegam ao porto de Santos.
Previ e Funcef, que detêm quase 50% das ações e já investiram mais de R$ 1 bilhão na concessionária desde 1998, contrataram a Angra Partners para buscar candidatos aos ativos e fazer a operação de venda. A parte do BNDES, de 43,6%, será negociada pelo próprio banco, que ainda não decidiu se venderá todas as suas ações ou apenas parte delas. Entre os principais interessados estão ALL, MRS Logística, Vale do Rio Doce, um investidor americano com operações na Bolívia e a trading japonesa Mitsui.
Luiz Aguiar, diretor de investimentos da Previ, informou que a Angra vai ajudar a buscar interessados, organizar as propostas e estudar o melhor modelo para a venda. `Acreditamos que o processo possa ser concluído por volta de maio`, afirmou. Poderá haver uma venda parcial ou total das ações, dependendo das propostas que forem feitas. `Esse modelo ainda não foi definido, pois podemos continuar com alguma parte na empresa ou não`, explicou.
`Está aberta a temporada de caça`, disse uma fonte do BNDES. O banco, segundo essa fonte, procura sócio para a ferrovia e aguarda propostas para analisá-las, mas não há preço fixado e não está claro se irá se desfazer de toda a sua participação. No início deste ano, o BNDES liderou um processo de reestruturação da Brasil Ferrovias, concluído em maio, que envolveu aporte de capital superior a R$ 1 bilhão. Com créditos de R$ 1,5 bilhão, entre conversão de dívidas e novos empréstimos, participou com R$ 680 milhões.
Fonte: Valor Econômico
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