Apesar de dois acidentes envolvendo as obras da Linha 4 do metrô terem ocorrido em um intervalo de três dias, o presidente da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), Luiz Carlos Freyze David, afirmou que não existem motivos para a população ficar insegura nem para que se levantem suspeitas sobre o trabalho das empresas responsáveis pelas obras. “Estamos com as melhores empresas, com técnicos especializados, fiscais e esses acidentes ocorrem em uma obra com 12 quilômetros de extensão”, declarou David.
A queda da parede de uma loja ontem na na Luz foi o quinto acidente neste ano. Mas David acredita que houve um certo exagero no interesse da imprensa. “Era uma área que estava isolada por causa dos riscos. Um muro de 3 metros caiu sobre a parede de uma casa vazia. Isso são coisas que acontecem em um trabalho que tem essa dimensão”, afirmou.
Mais de cem – O engenheiro Marco Antônio Buoncompagno, gerente da construção, disse que foram demolidos mais de cem imóveis no ano e só houve problema no caso de ontem. “Ali, os prédios são muito colados e as edificações, antigas. Por isso a parede caiu.”
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No sábado, um sobrado desmoronou e outros cinco imóveis foram interditados, em Pinheiros, zona oeste, depois que parte de uma das paredes do túnel em construção da Linha 4 desabou.
O presidente do Metrô defendeu a forma como as empresas lidaram com o problema. “Era 1 hora da manhã quando perceberam os riscos. Eles retiraram 25 pessoas de cinco casas das proximidades, levaram para hotéis e depois buscaram até os cachorros que haviam ficado. Isso mostra que eles estão atentos aos problemas e são ágeis.”
Para o diretor do Departamento de Engenharia Civil do Instituto de Engenharia (IE), Roberto Kochen, toda obra de grande porte, como a do metrô, tem riscos, especialmente na construção de túneis. “O fato não pode se repetir. Mas foram ocorrências imprevisíveis.”
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