A Vale decidiu não participar do bid da Brasil Ferrovias, surpreendendo o mercado que contava como certa a presença da mineradora. Oito grupo fizeram suas ofertas: MRS, ALL, FTC, Bunge Fertilizantes, Ferrocarril Oriental (Genesee & Wyoming), Comexport, Copersucar e um grupo coreano não identificado. A Mitsui ficou de fora porque entraria junto com a Vale.
As informações são extra-oficiais porque a Brasil Ferrovias continua não se manifestando “para não prejudicar as negociações”, segundo Guilherme Lacerda, presidente da Funcef e do conselho de administração.
No dia 5 de dezembro o presidente da CVRD, Roger Agnelli, admitiu em entrevista coletiva o interesse da empresa em comprar as ações da Brasil Ferrovias postas à venda (ver nota `Vale estuda compra da Brasil Ferrovias`): “é um projeto interessante e vamos olhar sim com todo o carinho”, disse na ocasião. O fato causou preocupação na Associação Nacional de Usuários de Transporte – ANUT – que escreveu cartas à Agência Nacional de Transportes Terrestres – ANTT – e à Secretaria de Defesa Econômica – SDE – lembrando a importância de manter o limite de 20 % para os sócios e alertando para a necessidade de “impedir os efeitos maléficos da concentração nas mãos de qualquer um”.
A desistência da Vale é atribuída por fontes do mercado ao receio de oposição na SDE e posteriormente no Cade. Consultada, a empresa não quis se manifestar.
Ainda hoje dia 19 a Angra Partners, que conduz as negociações em nome da Brasil Ferrovias, deve informar aos ofertantes quais foram os escolhidos para ter acesso pleno ao data room. Mesmo antes da indicação, já existe uma certa inquietação entre os candidatos com relação ao prazo de apenas três semanas para o levantamento de todos os dados, inclusive das múltiplas ações trabalhistas da Ferroban.
“Não temos pressa nenhuma em vender”, observa Guilherme Lacerda. “Valorizamos sócios novos, capazes de adicionar capital e viabilizar os investimentos futuros. Mas é bom que se saiba que não vamos vender a qualquer preço”.
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