A América Latina Logística (ALL) espera quintuplicar a movimentação de contêineres na sua rede ferroviária em 2005, com o início das operações, em maio, em Cambé, no norte do Paraná, do seu terceiro terminal de interior especializado em cargas conteinerizadas – os outros dois estão localizados em Cascavel (PR) e em Esteio (RS). A empresa, que no ano passado movimentava 300 contêineres por mês, prevê chegar a 1,5 mil em 2006, segundo Paulo Basílio, diretor de industrializados. A ALL adianta que tem planos de construir mais dois terminais de interior em locais ainda não definidos entre 2006 e 2007. Somente nesses novos terminais os recursos aplicados podem chegar a R$ 10 milhões, segundo o diretor. “A nossa meta é alcançar, dentro de dois anos, a marca de 3 mil contêineres por mês”, afirma.
A ALL projeta investimentos totais de R$ 9,5 milhões no projeto de Cambé. Somente no terminal serão investidos R$ 5 milhões, divididos com a Standard Logística, que vai ficar responsável pela operação do terminal de interior. Outros R$ 4,5 milhões serão utilizados para a adaptação de vagões.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
No local, a ALL vai operar inicialmente 600 contêineres por mês, com foco em cargas de carnes, algodão, café, couro e móveis, dentre outros. Com uma área de 6 mil metros quadrados, o terminal poderá movimentar até 1,2 mil contêineres mensais (ou 40/dia) de cargas secas ou refrigeradas no médio prazo. As cargas seguem do interior para o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP), onde foi construído um desvio ferroviário para permitir a chegada das cargas diretamente no terminal. Os carregamentos terão origem principalmente nas regiões Norte, Oeste e Noroeste do Paraná, além dos estados de São Paulo e Mato Grosso do Sul, e chegarão ao terminal por rodovia. Depois, os contêineres serão transbordados para vagões plataforma da ALL.
Há cerca de um mês a ALL colocou em operação outro terminal especializado em Esteio (RS), também fruto de uma parceria com a Standard. Nele foram aplicados R$ 5 milhões – mais R$ 4 milhões em material rodante e no desvio ferroviário até o Tecon do porto de Rio Grande – para permitir o escoamento mensal de 600 mil contêineres por mês. “Lá já estamos fazendo o transporte de refrigerados e calçados com transit time de 48 horas”, diz.A empresa diz que embora tenha demorado para ingressar no mercado de contêineres, esse segmento passa a ser um foco importante na estratégia da companhia. “Além de ter uma base de comparação ainda pequena, esse é um segmento que mais vai crescer na área de industrializados nos próximos anos”, diz Basílio.
O setor de industrializados respondeu em 2004 – os números de 2005 ainda não estão disponíveis – por 47% dos negócios da empresa, contra 53% das cargas agrícolas. “Há cinco anos, esse mercado não representava mais do que 10%”, lembra Basílio.
A ALL, que tem sede em Curitiba, possui frota de cerca de 1,8 mil veículos entre próprios e agregados e opera 16 mil quilômetros de vias férreas no Brasil (sul de SP, PR, SC e RS) e na Argentina.
Seja o primeiro a comentar