O Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram), a ser instalado no porto do Itaqui, em São Luís, começa a sair do papel ainda este ano. Duas empresas finalizam a proposta de arrendamento de lotes na área do terminal para a construção silos de armazenamento. Os equipamentos fundamentais como as correias transportadoras e o carregador de navios devem ser instalados a partir do segundo semestre, com investimentos no valor de R$ 35 milhões.
Com previsão para entrar em operação a partir de 2007, o terminal está sendo construído por meio de parceria, onde a iniciativa privada faz a estrutura de armazenagem dos grãos e, a Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) responde pela operação de embarque de cargas.
O Tegram visa atender à demanda de escoamento de grãos, em especial a soja, do corredor de exportação Norte. A instalação dos equipamentos vai dar mais ânimos às empresas interessadas em construir estruturas de armazenagem no terminal, de acordo com o presidente da Emap, Ricardo Zeni.
A Ceagro Business é uma das empresas que está acertando os detalhes finais do arrendamento de área no terminal para a construção de silos, conforme informa a Emap. A Ceagro também está instalando estrutura de armazenamento e embarque de grãos no terminal ferroviário de Porto Franco, a 724 quilômetros de São Luís.
A outra empresa é a ABC Inco, que, no momento, constrói uma esmagadora de soja, também em Porto Franco. Os silos a serem construídos no Tegram vão dispor de capacidade para armazenar a partir de 70 mil toneladas, cada.
A Emap negocia ainda com três empresas para definir quem vai ficar responsável pelos investimentos na instalação e operação da correia transportadora – equipamento que transporta a soja até os navios. A compra do carregador de navios, avaliado em R$ 14 milhões, vai ser feita com recursos próprios da Emap, segundo o presidente da empresa.
Quando o Tegram entrar em operação, o embarque da soja vai poder ser feito pelo píer 103, tornando-se mais uma opção de movimentação da oleaginosa no porto maranhense. O embarque da soja, atualmente, é feito pelo berço 105 do Itaqui, arrendado pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD).
O píer 103 recebeu obras de dragagem para aumento do calado, saltando de 11 metros para 15 metros de profundidade, permitindo assim a atracação de navios com capacidade para transportar até 70 mil toneladas de cargas.
A soja escoada pelo Itaqui é transportada do Sul do Maranhão e Norte do Tocantins e do Piauí pelas estradas de ferro Carajás e Norte-Sul ou em caminhão até São Luís. Ano passado, também chegou a ser escoada pelo Itaqui a soja produzida no Mato Grosso, operação que pode ser repetida este ano.
Além do Tegram, a Emap aguarda, no momento, a conclusão do processo de licitação para a realização de obras de infra-estrutura, com previsão de serem iniciadas antes do segundo semestre. São obras de recuperação, ampliação e dragagem de berços, com investimentos em torno de R$ 240 milhões. Os recursos são do governo federal e contrapartida de 10% do governo do estado. A abertura das propostas das empresas interessadas em realizar as obras está marcada para o dia seis de março.
Outra obra a ser realizada pela Emap ainda este ano é a construção de um pátio de estocagem de ferro-gusa. Por parte da iniciativa privada, existe a previsão de investimentos da Petrobras, da Noble Américas na construção de um terminal de granel líquido e outras. “Queremos garantir estrutura para a soja, o ferro-gusa, o álcool, alumínio e outras cargas.”
O Itaqui movimentou no ano passado de 12,4 milhões de toneladas de cargas. O volume é um pouco menor, comparado ao ano de 2004, quando foram movimentadas 12,6 milhões de toneladas. O faturamento cresceu 30% em relação a 2004.
Aporte de R$ 35 milhões viabiliza o Terminal de Grãos do Maranhão
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