A Supervia ainda estuda formas de obedecer à Lei aprovada pela Assembléia Legislativa do Rio que determina a criação de um vagão exclusivo para mulheres. O objetivo, segundo os nobres deputados, é coibir abusos nos horários de trem cheio. Ainda não sabemos como será. Pode ser um letreiro ou uma cor diferenciada. O problema é quando chegarem os trens coreanos, que não têm portas entre um vagão e outro. Talvez tenhamos que pôr seguranças para impedir o trânsito de passageiros para esse vagão, afirma Paulo Bello. A empresa tem até junho para se adequar. Lei é para ser obedecida, mas o fato é que medida igual não deu certo em outras cidades.
– Em 1998, pagávamos R$ 900 mil de conta de luz e, hoje, a cifra já está em R$ 3,5 milhões. Oferecemos um serviço essencial mas não contamos com qualquer subsídio na energia elétrica que consumimos. E, se conseguirmos, teremos margem para reduzir os preços das passagens.
Até 1986, segundo Bello, as estatais que faziam transporte ferroviário de passageiros desfrutavam tarifa diferenciada.
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– Ainda hoje, as empresas de água e esgoto contam com essa vantagem. Não podemos ser consumidores livres porque temos que ter total garantia de nosso abastecimento. A idéia é que a compensação a nossa empresa gerasse, de alguma forma, créditos à Light – diz Bello. Segundo ele, outras 10 empresas de transporte ferroviário de passageiros no país defendem a redução de tarifa de luz.
Para Bello, a medida poderia ser implantada por meio de subsídios.
– O transporte rodoviário conta com uma vantagem no uso do diesel, que é subsidiado e beneficia até mesmo quem não precisa, como donos de picapes. O subsídio a nossa energia beneficiará apenas os passageiros.
Diferentemente dos piores dias como estatal, o transporte ferroviário do Rio e da Baixada Fluminense passou a ter na classe C seu principal público. Pesquisa recémconcluída do Ibope mostra que o segmento representa 58% dos passageiros da Supervia. O u p g ra d e veio em cima da classe D, que hoje representa somente 17%. Ainda segundo a pesquisa, 46% dos passageiros são do sexo feminino, 16% têm curso superior e 31% adotaram os trens como meio de transporte no último ano, com 91% utilizando 2 vezes por dia.
Segundo a empresa, um de seus maiores desafios é convencer a população de que os dias de falta de segurança, sujeira e atrasos ficaram bem lá atrás.
Os resultados obtidos no primeiro trimestre não foram fechados, mas permitiram a Paulo Bello prever que, pela primeira vez desde que assumiu a concessão, em 1998, a Supervia fechará com as contas equilibradas.
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