A América Latina Logística (ALL) está reduzindo o tempo no transporte no trem expresso que liga São Paulo a Buenos Aires, na Argentina. Desde que começou a operar, em 2001, o “transit time” estava em 18 dias, incluindo o desembaraço aduaneiro em um porto seco, da ALL, em Uruguaiana. Um trem normal tem um transit time de 22 dias. O trem expresso tem prioridade de circulação sobre todos os trens da companhia.
A composição sai do terminal da companhia em Tatuí, no interior de São Paulo e vai até Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, onde é feito o desembaraço aduaneiro e segue para Buenos Aires.
Com a melhora da produtividade da linha, com investimentos em ativos- compra de locomotivas e vagões e aumento da capacidade dos terminais-, o movimento entre os países é feito, desde o mês passado, em 14 dias. Somente em ampliação de terminais, a companhia aplicou cerca de R$ 1 milhão no ano passado, em Tatuí, Uruguaiana e Zárate, na Argentina. Por semana são transportados 160 TEUs para a Argentina, sendo que o trem sai duas vezes por semana.
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Avaliação de demanda
Segundo a gerente da unidade de Negócios do Mercosul, Melissa Werneck, a meta é operar com um transit time de 12 dias, incluindo o desembaraço aduaneiro até o final do ano. “Estamos trabalhando e avaliando o mercado para saber a necessidade de nossos clientes”, disse o executiva. Melissa adiantou, ainda, que a ALL poderá operar também um trem expresso saindo de Curitiba. “É um estudo, há demanda para isso”, acrescentou.
Troca de bitolas
O trem expresso quando chega na Argentina faz um transbordo da carga, pois, no Brasil a companhia opera em bitola métrica enquanto no país vizinho a malha utiliza a bitola chamada de estândar, com 1,435 metros. Essa operação leva cerca de uma hora – sendo três minutos por contêiner. Melissa explica que as composições são estacionadas uma ao lado da outra e é realizada a transferência. “Por isso transportamos cargas conteineirizadas, que é de fácil transbordo”.
A executiva acrescentou que os produtos transportados pelo trem expresso por contêiner são geralmente petroquímicos, madeira, siderúrgico, além de cargas de consumo. A ALL tem 20% do mercado “captável” – ou seja, da movimentação hoje feita por rodoviários entre São Paulo e Buenos Aires. No ano passado o volume movimentado pela ALL na rota entre os dois países foi de 12 mil viagens.
Transbordo para o Chile
Melissa explicou que além de cargas para a Argentina, a ALL movimenta também, via trem expresso, produtos destinados ao mercado chileno. “Essa é uma operação intermodal. Utilizamos a ferrovia até a fronteira da Argentina com o Chile e depois seguimos de caminhão. Esse transporte é feito em até 25 dias, incluindo os desembaraços aduaneiros nos dois países”, disse. “A operação para o Chile é complicada, em razão da topografia do país, mas ainda. Ainda assim, fazemos a operação porta-a-porta”.
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