A ALL Brasil registrou um aumento de 12% no volume de carga durante o terceiro trimestre deste ano, com uma evolução da receita de 21% e 25,7% no Ebitdar, conforme comunicado divulgado pela empresa. Segundo Rodrigo Campos, gerente de Relação com os Investidores da ALL, esse números positivos são resultados da recuperação na safra no Rio Grande do Sul, melhoria no aproveitamento dos trens, que ampliaram a chamada carga de retorno, além do aumento no preço do diesel, que afeta diretamente o preço do frete e a receita da empresa.
Segundo o executivo, no mercado de conmodities houve uma situação muito diferente de 2005, quando houve quebra na safra do RS, de cerca de 80%. No segmento agrícola, o volume subiu 16,8%, favorecido pelo aumento de 198% nas exportações através do Porto de Rio Grande. “Houve mais volume de carga, mais fluidez na operação e com mais produtividade de transporte”, disse. A receita de commodities agrícolas aumentou 29,6% para R$ 228,5 milhões.
Em produtos industriais, a construção civil trouxe 15% mais carga, e o fluxo intermodal evoluiu em 19,6%. O volume total cresceu 5,9%, prejudicado pela redução no transporte de combustível. “Nas cargas intermodais, como produtos siderúrgicos, petroquímico, contêineres e alimentos, a ALL ainda possui uma pequena participação no total de carga movimentada, por isso, esperamos aumentar o market share no futuro”, acrescentou. Outros potenciais clientes do intermodal são as cargas fracionada e peças automotiva.
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O executivo também citou como destaque a melhora na taxa de retorno. Enquanto entre julho e setembro de 2005, apenas 31% dos trens da empresa voltaram do porto com carga, no mesmo período deste ano, o índice ficou em 45%. “A taxa de retorno melhora a produtividade do material rodante e incrementa a rentabilidade”, disse.
A participação da ALL nos portos caiu de 72% no terceiro trimestre do ano passado para 65% neste ano. Essa queda reflete o aumento da produção na região, já que a ALL aumentou carga transportada, mas não conseguiu manter participação no market share.
Na Brasil Ferrovias, malha recém-adquirida e que passa por um processo de reestruturação, alguns ajustes mais emergentes foram feitos, principalmente com relação ao custo. Isso inclui a redução de quadro de funcionários de 4.500 para 1.500. “Estamos ajustando a operação para essa mudança, além disso, estamos finalizando o processo de integração total dos centros de controle operacionais da Brasil Ferrovias com o CCO de Curitiba”, explicou.
A empresa pretende nivelar os preços do frete da Brasil Ferrovias com o restante da malha da ALL, o que seria um aumento considerável, conforme analistas. Segundo o balanço da empresa, as negociações de tarifa para o próximo ano já começaram e prometem ser difíceis, refletindo a previsão de uma safra de soja mais fraca em 2007.
No resultado consolidado da empresa, segundo balanço divulgado na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), a empresa obteve uma receita líquida de R$ 576,5 milhões no trimestre, contra R$ 301 milhões no mesmo período do ano passado. No acumulado do ano foram R$ 1,2 bilhão contra R$ 837 milhões no ano passado. No trimestre a empresa registrou um prejuízo de R$ 7,5 milhões, mas entre janeiro e setembro o resultado foi positivo em R$ 85,9 milhões. Os dados da Bovespa levam em conta o consolidado das várias empresas do grupo ALL, o que inclui a Brasil Ferrovias, a malha da Argentina, a tradicional ferrovia no Sul do País, além da fabricante de vagões Santa Fé e as operações rodoviárias.
Nas operações da malha da ALL no Brasil, excluindo a Brasil Ferrovias, a empresa registrou uma receita líquida de R$ 325 milhões, um aumento de 22% com relação ao terceiro trimestre de 2005. O lucro foi de R$ 26,2 milhões, quase metade do ano passado. Campos explicou que essa retração da última linha do balanço foi decorrência de uma provisão de R$ 55 milhões para a venda de uma controlada chamada G
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