Os fabricantes de vagões estão buscando alternativas, como novos mercados no exterior e o leasing, para manter a produção do produto, que deverá fechar o ano com 3,5 mil unidades, uma retração de 50% em relação ao ano passado. “Hoje em dia ninguém quer ter vagões, nem os concessionários, nem os transportadores; mas as empresas de leasing querem ter vagões, para alugar aos clientes”, diz Jaiel Prado, chief executive officer (CEO) da General Electric Equipment Services. A GE é uma que investe em vagões para alugar, copiando um serviço muito utilizado nos Estados Unidos. Segundo Prado, o leasing corresponde a cerca de 60% da frota norte-americana de 1,5 milhão de vagões. Da frota brasileira de 80 mil, esse número não chega a mil vagões.
Segundo Luis Cesário, presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), a queda nas vendas dos vagões se explica pelo excepcional desempenho do setor no ano passado, quanto alcançou a produção de 7 mil unidades. Ele diz que não há muito espaço para a indústria crescer mais, uma vez que a malha ferroviária brasileira é reduzida, com apenas 28 mil quilômetros. Há também outros problemas, como passagens de nível e invasão da faixa de domínio. “Existem muitas favelas próximas às linhas”, diz.
Cesario e Prado concordam que, enquanto o governo não investir na ampliação da malha ferroviária, a indústria terá crescimento reduzido. “O investimento agora será em novas linhas, não mais em vagões”, explica Prado.
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