O Teaçu Armazéns Gerais, do grupo Nova América, decidiu apostar no mercado internacional de açúcar a granel com a entrada em operação de um embarcador (shiploader) que triplica para 2,5 milhões de toneladas sua capacidade de carregamento de navios. Classificado como o maior embarcador de produtos agrícolas a granel do mundo, o novo equipamento e seus acessórios exigiram investimento de R$ 90 milhões, 60% dos quais financiados pelo BNDES.
De início operando com sacaria, no limite de 800 mil toneladas/ano, o Teaçu, no porto de Santos desde 1998, começou a operar com cargas a granel em três anos. Nossos clientes nos indicaram o caminho e gostamos desse mercado, disse Renato Dias Gouvêa, diretor do terminal. A aposta em embarques a granel reflete tendência internacional por esse produto.
Os embarques do terminal em Santos mostram escala crescente. De 800 mil toneladas em 2005, devem chegar a 1,8 milhão de tonelada neste ano e atingir entre 2,5 milhões e 3,0 milhões em 2007. A meta da empresa é de atingir a cerca de 4,5 milhões em 2010.
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Para cumprir esse desempenho, o Teaçu ampliou e modernizou seu espaço, de aproximadamente 50 mil m², elevando sua capacidade estática de 40 mil para 170 mil toneladas, instalou moegas com capacidade para receber em conjunto seis vagões de 90 toneladas e mais duas tomadas para caminhões. A capacidade de recepção de carga passa de 200 toneladas/dia para 1.800 toneladas/dia, permitindo que o shiploader embarque até 3 mil toneladas por hora. Com essa performance, um navio de 60 mil toneladas pode ser carregado em cerca de 24 horas. A velocidade de embarque e o fato de reduzir-se a espera do navio para atracar, vai influir no frete e entrar como diferencial para o Teaçu, disse Gouvêa.
Segundo o diretor, a capacidade plena do novo embarcador poderá atender a navios de até 125 mil toneladas, mas esse porte exigirá maior profundidade nos berços de atracação próximos ao terminal da Teaçu, algo para mais de 13,5 metros. O próprio terminal investiu no reforço de estacas do cais para o aprofundamento do calado até aquele limite, o que permitirá a operação de navios de até 80 mil toneladas de capacidade de carga.
Além do calado, as dificuldades da malha ferroviária do porto foram destacadas pelo engenheiro Arnaldo Barreto, diretor da Codesp, estatal que administra o porto de Santos. Segundo ele, a Portofer, responsável pela malha ferroviária interna do porto, opera sem fazer a manutenção. A Portofer, administrada desde junho pela América Latina Logística (ALL), disse para o Valor que a empresa investirá R$ 7 milhões em vias permanentes, até março, aumentará o número de locomotivas de 14 para 16 e asfaltará três passagens de nível, neste item, até janeiro.
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