A estação Cantagalo do metrô, inaugurada na tarde de segunda-feira pela governadora Rosinha Garotinho, está inacabada e sem condições de funcionamento. Uma visita às instalações durante o curto período em que elas ficam abertas ao público — das 12h às 14h — revela que a estação foi entregue à população com uma série de obras em andamento, algumas delas importantes para a segurança dos passageiros.
A sala técnica, onde ficam instalados os equipamentos de controle e sinalização do trecho Siqueira Campos-Cantagalo, por exemplo, ainda está sendo montada. Segundo técnicos ouvidos pelo “Globo”, isso significa que não há qualquer controle do tráfego naquele trecho. De acordo com os mesmos técnicos, se os trens estivessem operando
normalmente, poderia haver risco de colisão. Isso só não acontece porque há apenas um trem circulando entre as duas estações, numa via exclusiva.
Faltam hidrantes, mangueiras e extintores Desde quarta-feira, o novo trecho vem sendo testado pela concessionária Metrô Rio. Um único trem faz o trajeto entre as estações Siqueira Campos e Cantagalo, partindo a cada 30 minutos.
POD NOS TRILHOS
- Investimentos, projetos e desafios da CCR na mobilidade urbana
- O projeto de renovação de 560 km de vias da MRS
- Da expansão da Malha Norte às obras na Malha Paulista: os projetos da Rumo no setor ferroviário
- TIC Trens: o sonho começa a virar realidade
- SP nos Trilhos: os projetos ferroviários na carteira do estado
Como tudo ainda é improvisado, os passageiros precisam fazer baldeação em Siqueira Campos. Por motivo de segurança, os trens estão circulando a uma velocidade de 25 km/h, quando o normal seria 65km/h. Nos corredores e plataformas, é possível observar ainda que as caixas de combate a incêndio também não estão instaladas. Faltam hidrantes, mangueiras e extintores.
Os sistemas de ventilação e exaustão da estação Cantagalo também não estão prontos. Pedaços dos dutos podem ser vistos nas plataformas. De acordo com um técnico, por ser construída totalmente dentro da rocha, a estação precisa desses equipamentos para funcionar com segurança. No dia da inauguração, um texto distribuído à imprensa pelo
Estado informava que “o sistema de ventilação também é inovador, utilizando a técnica de insuflação feita por meio de dutos centrais superiores às plataformas, conferindo maior segurança à estação”.
Saída de emergência ainda está em obras A saída de emergência localizada no túnel entre as estações Cantagalo e Siqueira Campos também está em obras e não poderia ser usada em caso de necessidade.
Em seu discurso de inauguração, a governadora disse que o Estado tinha feito a sua parte e que cabia à concessionária realizar os testes com passageiros. As obras, no entanto, estão por toda parte. Como no acesso à Rua Xavier da Silveira, onde é esperado o maior movimento. Ontem à tarde, dezenas de operários tentavam concluir a passagem. A escada rolante sequer foi instalada.
A recém-inaugurada estação não conta ainda com qualquer uma das duas esteiras rolantes anunciadas pelo Estado na segunda-feira. Das 11 escadas rolantes, pelo menos duas estão em montagem nas plataformas, interditadas com fitas amarelas. Nenhum dos quatro elevadores para deficientes físicos foi instalado.
A sala de supervisão, onde deveria ficar o pessoal que controla a estação, ainda está vazia. Nenhum equipamento — como o circuito fechado de TV e os sistemas de alarmes de incêndio — foi instalado.
O gerador da estação ainda estava sendo montado ontem à tarde. Isso significa que, em caso de falta de energia, ficariam acesas apenas as lâmpadas de emergência. Segundo uma fonte revelou ao “Globo”, existem tantas obras por fazer que a estação não deve ser concluída antes do fim de janeiro.
Seja o primeiro a comentar